O humorista francês Dieudonné será julgado por apologia ao terrorismo, após ter dito, "Eu sou Charlie Coulibaly", um jogo de palavras em alusão à já célebre homenagem aos jornalistas do semanário Charlie Hebdo, mortos em um atentado na semana passada, e Amedy Coulibaly, o jihadista que matou uma policial e quatro judeus em um mercado kasher.
Dieudonné foi detido nesta quarta-feira para prestar depoimento e, após ser liberado, deverá voltar para outra audiência, explicou uma fonte judicial à AFP.
Depois dos atentados contra o Charlie Hebdo e ao mercado judaico, Dieudonné afirmou, em uma declaração publicada em sua página no Facebook, que em seguida apagou: "saibam que esta noite, no que me diz respeito, eu sou Charlie Coulibaly".
Após estas declarações, a procuradoria de Paris abriu, nesta segunda-feira, uma investigação por "apologia ao terrorismo" contra Dieudonné.
Ele associou o slogan "Eu sou Charlie" ao sobrenome do jihadista francês, morto na sexta-feira, quando forças de segurança puseram fim à tomada de reféns no mercado judaico.
Dieudonné já tinha sido condenado por antissemitismo.
Em setembro passado, a procuradoria iniciou outra investigação por "apologia ao terrorismo" contra Dieudonné, que em um vídeo ironizava a decapitação do jornalista americano James Foley pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Desde o fim de 2013, Dieudonné M'Bala M'Bala está na mira do governo francês, que proibiu vários de seus espetáculos.
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