O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia após entrar no país levando 13 kg de cocaína, será executado neste sábado junto a outros cinco acusados por tráfico de drogas - segundo autoridades locais ligadas ao caso.
Moreira, de 53 anos, foi condenado em 2004, quando entrava no país levando a droga escondida nos tubos de uma asa delta.
As execuções dos seis condenados - um indonésio e cinco estrangeiros - serão as primeiras realizadas no governo do presidente Joko Widodo, eleito em outubro passado.
Além do brasileiro, estrangeiros do Malauí, Vietnã e Nigéria serão mortos por fuzilamento neste final de semana.
Reformista, Widodo insistiu que não concederá perdão aos condenados à morte por tráfico de drogas, desapontando ativistas que acreditavam numa nova abordagem para a pena de morte.
"Isso vai mandar um recado aos traficantes de drogas, não há piedade para traficantes e vendedores de drogas", afirmou o procurador-geral da Indonésia, H.M. Prasetyo, em coletiva de imprensa.
"Para aqueles que discordam da pena de morte, espero que entendam que o que estamos fazendo é apenas uma tentativa de salvar nosso país da ameaça que é o narcotráfico", continuou.
Os seis condenados à morte entraram com pedidos de clemência ao presidente da Indonésia - negados no último 30 de dezembro.
O ministério das Relações Exteriores disse à AFP que o governo brasileiro "continua mobilizado, acompanhando de perto o caso e avalia todas as possibilidades de ação".
A legislação na Indonésia em matéria de tráfico de drogas é uma das mais severas do mundo, amplamente apoiada pela população. O crime é punido com pena de morte ou prisão perpétua.
Em 2008, Jacarta suspendeu as execuções durante cinco anos, mas as retomou em 2013.
Segundo a ONG Anistia Internacional, em 2013 foram realizadas 778 execuções em todo o mundo (excluindo a China), cinco delas na Indonésia.