Milhões de habitantes da costa leste dos Estados Unidos se mantinham refugiados em casa nesta terça-feira, no segundo dia de uma violenta tempestade de neve chamada Juno que paralisou Nova York e outras cidades importantes e forçou o cancelamento de milhares de voos.
No início do dia, o acúmulo de neve parecia menor que o previsto em algumas zonas, mas a tempestade deve durar o dia todo.
O estado de emergência foi decretado em sete estados do nordeste e mais de 7.000 voos foram cancelados nas últimas 48 horas devido à neve que cai com rajadas de vento de mais de 110 km/h.
As autoridades anunciaram o cancelamento de todos os voos do aeroporto LaGuardia, de Nova York, assim como o de Boston-Logan, que ficará sem atividade até a tarde de quarta-feira. Muitos voos foram cancelados no aeroporto internacional John F. Kennedy.
Nova York, a cidade que nunca dorme, amanheceu curiosamente calma, depois que as autoridades proibiram a circulação pelas ruas.
As autoridades, no entanto, levantaram pela manhã a proibição de circulação de veículos imposta durante a noite de segunda-feira.
O serviço de transporte público, no entanto, permanece interrompido, mas deverá ser reaberto em breve.
Centenas de máquinas e empregados da municipalidade tentam retirar os acúmulos maiores de neve e o prefeito Bill de Blasio pediu que a população permaneça em suas casas.
Ele também anunciou que as escolas permanecerão fechadas.
"Pode ser uma questão de vida ou morte, e não estou dramatizando", comentou o governador de Nova York, Andrew Cuomo.
Segundo a meteorologia, a neve no Central Park atinge 15 centímetros. A Broadway cancelou seus espetáculos e ficou às escuras, a sede da ONU ficará fechada, mas Wall Street deverá funcionar.
Fora de Nova York, vários estados do nordeste como Connecticut, Nova Jersey e Massachusetts também estão sob proibição de circulação.
Em Boston, o transporte público foi interrompido e as autoridades anunciaram também o fechamento das escolas.
Central Park com 68,32 cm de neve
"Não é uma tempestade típica", insistiu o prefeito de Nova York. "Fiquem em casa".
O recorde para uma nevasca em Nova York data de 2006, quando 68,32 cm de neve caíram no Central Park nos dias 11 e 12 de fevereiro.
"Os nova-iorquinos devem se preparar para eventuais cortes de energia, produto dos ventos violentos que poderão jogar árvores contra a rede elétrica", advertiu Cuomo.
Os habitantes de Nova York tomaram por assalto os supermercados para fazer estoque de comida.
A tempestade atual, que atinge uma faixa de 450 km da Filadélfia até o estado do Maine, deve se afastar progressivamente na quarta-feira.