As 26 páginas de documentos, que incluem o rascunho do pedido de prisão, foram encontradas na lata de lixo do apartamento de Nisman.
Nisman foi encontrado morto com um tiro na véspera de apresentar um depoimento ao Congresso argentino, no qual denunciaria uma tentativa do governo de proteger os autores de um ataque terrorista contra a Associação Mútua Israelita Argentina (Amia) ocorrido em 1994. O procurador sustentava que o governo de Cristina Kirchner teria feito um acordo secreto com o Irã para que fossem retiradas as ordens internacionais de prisão contra funcionários iranianos suspeitos de terem patrocinado o ataque à Amia. Em troca, o Irã forneceria petróleo à Argentina a preços reduzidos.
No domingo, o Clarín já havia publicado, citando fontes judiciais, a informação de que Nisman pretendia pedir a prisão da presidente. Ontem, o chefe de gabinete de Cristina, Jorge Capitanich, rasgou um exemplar do jornal diante de jornalistas na Casa Rosada, descrevendo a reportagem como "lixo".
Segundo o Clarín revelou nesta terça, a página 65 dos documentos encontrados no apartamento de Nisman traz o título "Pedido de detenção e proibição de saída do país". Na página 67, o promotor pede "ao sr. Magistrado" que determine "a detenção de Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, de Héctor Marcos Timerman, de Andrés Larroque" e outros..