O Equador ativou nesta quarta-feira o estado de emergência preventivo nas ilhas Galápagos, Patrimônio Natural da Humanidade, após o encalhe de um navio com carga poluente.
Segundo as autoridades, a situação não representa risco iminente sobre o ecossistema local.
Anunciada pelo Comitê de Operações de Emergência (COE) em um comunicado, a medida permitirá a liberação imediata de recursos para enfrentar o problema, desfecho do acidente ocorrido há uma semana.
Embora o governo não veja uma ameaça ambiental imediata para o arquipélago, a declaração de emergência garantirá a transferência de recursos, em caso de dano ecológico.
O navio "Floreana" encalhou em 28 de janeiro na baía Naufragio, de Puerto Baquerizo Moreno, capital da ilha San Cristóbal.
A embarcação atolou com 1.400 toneladas de carga, que inclui suprimentos e substâncias perigosas, como 10 mil galões de combustível, 11 toneladas de óleo de pinha, 103 botijões de gás para uso doméstico e 48 toneladas de emulsão asfáltica.
Além de possíveis danos ambientais, uma vez que já foram registrados vazamentos, controlados com barreiras de contenção e elementos absorventes, complica-se o abastecimento de comida e combustíveis à ilha, devido à perda, desde maio passado, de três dos cinco navios de carga que operam para essa região de 26 mil habitantes.
O Parque Nacional Galápagos informou que seu pessoal "intensifica as ações para reduzir os riscos ambientais provenientes do vazamento de materiais contaminantes no mar".
Os produtos perigosos já foram retirados, segundo o COE, que solicitou ao dono do navio a "salvatagem da embarcação acidentada", ou seja, sua retirada da reserva marinha para "prevenir futuros danos ambientais".
Em maio do ano passado, o navio de carga "Galapaface I", com 19 mil galões de diesel e 300 de lubrificantes, ficou parado perto de Punta Carola, também em San Cristóbal, sofrendo sérios estragos em seu casco. O governo local também emitiu uma declaração de emergência ambiental.
Em 2001, o navio-tanque "Jéssica" naufragou no setor de Puerto Baquerizo Moreno, com 240 mil galões de combustível. O derramamento do material gerou um grave problema ambiental, que afetou várias espécies.
Essa área abriga a maior população de leões-marinhos do arquipélago, que serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin, autor da teoria sobre a evolução das espécies.