"Somos todos Maaz", "Somos todos Jordânia", "Sim à punição, sim à erradicação do terrorismo", afirmavam os cartazes, em sinal de apoio ao rei e ao exército na luta contra os jihadistas. Vestindo uma camisa de gola alta branca e terno preto, a rainha Rania, com um keffiyeh vermelho e branco sobre os ombros, participou da manifestação, assim como representantes de partidos políticos e ativistas da sociedade civil, de acordo com correspondentes da AFP.
A soberana havia lançado em novembro um forte apelo ao mundo árabe para que não deixasse o campo livre aos jihadistas do EI, que "transmitem uma imagem muito negativa do Oriente Médio e do Islã". "O nosso silêncio é o maior presente" oferecido ao EI e "somos cúmplices no seu sucesso" em termos de imagem, declarou a rainha Rania, que goza de grande popularidade no exterior, onde é listada entre das pessoas mais influentes do mundo.
'Somos todos soldados'
"Estamos aqui para expressar nossa raiva. Somos todos soldados a serviço de nosso comandante e estamos prontos para combater o Daesh (sigla em árabe para o EI) para vingar o nosso piloto", declarou à AFP um dos manifestantes em Amã, Yousef Al-Soud, de 40 anos. A atrocidade da execução fez com que todos os jordanianos passassem a apoiar seu governo, dando uma "legitimidade popular" à participação do reino nos ataques da coalizão internacional contra o EI na Síria.
Na terça-feira, o grupo responsável por inúmeras atrocidades nos territórios sob seu domínio na Síria e no Iraque, chocou ainda mais ao divulgar um vídeo mostrando o piloto, preso em uma jaula de metal, ser queimado vivo.
O rei Abdullah II prometeu uma "resposta severa" a esta execução antes de viajar na quinta-feira para expressar pessoalmente suas condolências à família do piloto em Karak, a 120 quilômetros de Amã. No mesmo dia, dezenas de aeronaves jordanianas conduziram ataques contra campos de treinamento e depósitos de armas do EI, como parte da Operação "Martyr Maaz".
A Jordânia afirmou nesta sexta que os ataques são apenas o início da "vingança" pela execução de seu piloto, e destacou que "erradicará" a organização jihadista.
O exército não precisou o local dos ataques de quinta-feira, mas estes acontecem habitualmente na Síria, país em guerra há quatro anos, onde o crescimento do EI eclipsou a rebelião síria contra o regime de Bashar al-Assad..