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Estado de Minas

Rainha da Jordânia se junta às manifestações em apoio a piloto morto por jihadistas

Governo prometeu, nesta sexta-feira, destruir e erradicar o Estado Islâmico


postado em 06/02/2015 11:40 / atualizado em 06/02/2015 12:01

Rania abraça Anwar al-Tarawneh, esposa do piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh, queimado vivo pelo EI(foto: AFP PHOTO / HO /PETRA)
Rania abraça Anwar al-Tarawneh, esposa do piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh, queimado vivo pelo EI (foto: AFP PHOTO / HO /PETRA)
A rainha Rania da Jordânia se juntou nesta sexta-feira aos milhares de manifestantes em Amã para condenar a execução do piloto jordaniano pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que o governo prometeu destruir. Após a tradicional oração muçulmana de sexta-feira, a multidão saiu em passeata pelo centro da capital, em meio a bandeiras jordanianas e retratos do piloto Maaz al-Kassasbeh, queimado vivo pelo EI que o captou em dezembro após a queda de seu caça na Síria.

"Somos todos Maaz", "Somos todos Jordânia", "Sim à punição, sim à erradicação do terrorismo", afirmavam os cartazes, em sinal de apoio ao rei e ao exército na luta contra os jihadistas. Vestindo uma camisa de gola alta branca e terno preto, a rainha Rania, com um keffiyeh vermelho e branco sobre os ombros, participou da manifestação, assim como representantes de partidos políticos e ativistas da sociedade civil, de acordo com correspondentes da AFP.

A soberana havia lançado em novembro um forte apelo ao mundo árabe para que não deixasse o campo livre aos jihadistas do EI, que "transmitem uma imagem muito negativa do Oriente Médio e do Islã". "O nosso silêncio é o maior presente" oferecido ao EI e "somos cúmplices no seu sucesso" em termos de imagem, declarou a rainha Rania, que goza de grande popularidade no exterior, onde é listada entre das pessoas mais influentes do mundo.

'Somos todos soldados'

"Estamos aqui para expressar nossa raiva. Somos todos soldados a serviço de nosso comandante e estamos prontos para combater o Daesh (sigla em árabe para o EI) para vingar o nosso piloto", declarou à AFP um dos manifestantes em Amã, Yousef Al-Soud, de 40 anos. A atrocidade da execução fez com que todos os jordanianos passassem a apoiar seu governo, dando uma "legitimidade popular" à participação do reino nos ataques da coalizão internacional contra o EI na Síria.

Na terça-feira, o grupo responsável por inúmeras atrocidades nos territórios sob seu domínio na Síria e no Iraque, chocou ainda mais ao divulgar um vídeo mostrando o piloto, preso em uma jaula de metal, ser queimado vivo.

O rei Abdullah II prometeu uma "resposta severa" a esta execução antes de viajar na quinta-feira para expressar pessoalmente suas condolências à família do piloto em Karak, a 120 quilômetros de Amã. No mesmo dia, dezenas de aeronaves jordanianas conduziram ataques contra campos de treinamento e depósitos de armas do EI, como parte da Operação "Martyr Maaz".

A Jordânia afirmou nesta sexta que os ataques são apenas o início da "vingança" pela execução de seu piloto, e destacou que "erradicará" a organização jihadista. "A Jordânia perseguirá com todas as forças a organização onde quer que esteja", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Naser Judeh, ao canal americano CNN. "Qualquer membro do Daesh (acrônimo em árabe do EI) é um alvo. Nós os perseguiremos e os erradicaremos (...) Estamos na primeira linha, é a nossa batalha", completou o ministro.

O exército não precisou o local dos ataques de quinta-feira, mas estes acontecem habitualmente na Síria, país em guerra há quatro anos, onde o crescimento do EI eclipsou a rebelião síria contra o regime de Bashar al-Assad.


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