O FBI (polícia federal americana) investigará o ciberataque desta terça-feira contra a conta no Twitter da revista Newsweek, reivindicado por 'hackers' que disseram agir em nome do grupo Estado Islâmico (EI) e ameaçaram a família do presidente Barack Obama.
"Esta intrusão em particular está sendo investigada pelo FBI", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em coletiva de imprensa diária. O funcionário afirmou não ter "nenhum elemento de resposta às reivindicações dos piratas".
Os 'hackers', que reivindicaram um 'cibercalifado', invadiram durante 14 minutos a conta da Newsweek e publicaram mensagens como "Sangrento St-Valentin#Michelle Obama! Vigiamos você, seus filhos e seu marido", segundo informações da imprensa.
A conta também exibia a imagem de uma figura encapuzada com a frase "Cyber Caliphate" ("Ciber Califado") seguida de uma mensagem "Je suis IS" ("Eu sou Estado Islâmico") em resposta ao "Je suis Charlie ("Eu sou Charlie"), lema difundido após o ataque mortal ao semanário francês Charlie Hebdo.
A Newsweek, uma publicação que pertence ao grupo IBT Media, disse que a conta foi tomada por cerca de 14 minutos antes de o Twitter devolver o controle para a publicação.
"Nós podemos confirmar que a conta do Twitter da Newsweek foi 'hackeada' esta manhã, mas já foi retomado o controle da conta", disse a editora da Newsweek Kira Bindrim em um comunicado.
"Nós pedimos desculpas aos nossos leitores por qualquer coisa ofensiva que pode ter sido mandada pela nossa conta durante o período em que foi 'hackeada', e nós estamos trabalhando para reforçar a segurança da nossa redação".
Os usuários do Twitter perceberam a anomalia e viram a conta aparecer restaurada em pouco tempo, com uma imagem vazia de "ovo" no lugar da logo habitual.
Em janeiro, o site do Comando Central Americano (Centcom), que organiza os ataques da coalizão contra o Estado Islâmico, publicou o que aparentava ser uma lista com telefones dos escritórios do oficiais, sutilmente desatualizada.
Os tuítes não autorizados foram removidos, mas imagens divulgadas pela mídia mostravam mensagens de ameaças contra a primeira-dama americana Michelle Obama e mensagens apoiando a "ciberjihad".
Uma outra mensagem dizia: "Enquanto os EUA e seus satélites estão matando nossos irmãos na Síria, no Iraque e no Afeganistão, nós estamos destruindo seu sistema de segurança informático por dentro."
O movimento veio no mesmo dia em que a administração dos EUA anunciou o lançamento de um novo centro de ciberinteligência que visa integrar as informações sobre ameaças e críticas às redes de computadores.
Outras grandes organizações midiáticas tiveram suas contas em redes sociais ameaçadas, incluindo a BBC, a Associated Presse e a Agence France-Presse.