O banco HSBC na Suíça, que está no centro de um vasto escândalo de fraude fiscal e lavagem de capitais, é objeto de uma investigação penal na Suíça e uma operação de busca em suas instalações.
O Ministério Público da Suíça anunciou a abertura de uma investigação penal contra o HSBC Private Bank por lavagem de capitais e uma operação de revista na sede do banco em Genebra.
Este anúncio prejudica ainda mais a reputação dos bancos suíços, alvos há vários meses de juízes estrangeiros, que abriram seguidos processos por fraude e evasão fiscal.
Em relação ao caso do HSBC (Suíça), o caso tomou um novo rumo com a intervenção da justiça suíça, 10 dias depois um escândalo de fraude fiscal e lavagem de capitais, o chamado SwissLeaks, revelado pela imprensa no dia 9 de fevereiro.
Até então, o banco suíço, filial do banco britânico HSBC, era alvo de processos apenas em instâncias estrangeiras e parecia seguro em seu território.
Nenhuma investigação havia sido aberta pela FINMA, a autoridade de supervisão dos mercados financeiros suíços.
Em uma declaração publicada após a operação de buscas, o HSBC (Suíça) afirma "cooperar de maneira contínua com as autoridades suíças desde que tomou conhecimento do roubo de dados em 2008".
No exterior, o HSBC (Suíça) foi processado judicialmente na França e na Bélgica.
Na Suíça, a investigação foi aberta contra o banco, mas "em função de sua evolução" pode envolver também pessoas físicas "suspeitas de ações de lavagem" ou de participação nas mesmas, segundo a promotoria.
O banco poderá ser condenado a pagar uma pesada multa.
A operação de revista acontecia na sede do HSBC em Genebra, sob o comando do procurador-geral do cantão, Olivier Jornot, auxiliado pelo promotor Yves Bertossa.
A imprensa internacional divulgou o caso SwissLeaks com dados que foram retirados do banco em 2007 pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani.
Estes dados revelam que durante novembro de 2006 e março de 2007, quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo ou financiar o terrorismo internacional.
Os bilhões de dólares pertencentes a mais de 100.000 clientes e 20.000 pessoas jurídicas teriam transitado por estas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.
Esta semana, em Paris, foi aberto um julgamento por sonegação fiscal contra a herdeira da casa de alta costura Nina Ricci, acusada de esconder mais de 18 milhões de euros no HSBC-Suíça.
Práticas antigas
Desde a publicação do SwissLeaks, o banco suíço defende que as práticas denunciadas ficaram no "passado". Também afirma ter mudado completamente de estratégica após 2008.
O HSBC (Suíça) não é o único na mira dos juízes estrangeiros.
O banco UBS, o número 1 da indústria na Suíça e líder mundial de gestão de fortunas, está no olho do furacão na França.
Juízes franceses emitiram um mandado de prisão contra três ex-executivos do banco acusados de lavagem e fraude fiscal agravada.
O UBS é suspeito pela França por ter convencido ilegalmente ricos clientes franceses para abrir contas na Suíça, sem o conhecimento das autoridades fiscais.
Os mandados de prisão foram emitidos já que os três ex-executivos não responderam a uma intimação.
Vivendo na Suíça, esses três ex-executivos eram, até o final dos anos 2000, responsáveis pela gestão de ativos para a Europa Ocidental e para a França.
Como parte da investigação, o UBS precisou pagar uma caução de EUR 1,1 bilhão.
O UBS nega as acusações de lavagem de fraude fiscal.
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