A direção do metrô de Madri abriu uma investigação após a descoberta de um documento interno convidando os guardas a vigiar particularmente indivíduos homossexuais, mendigos e músicos, informou nesta quinta-feira a companhia pública.
"Uma investigação interna foi aberta pela administração logo que tomou conhecimento do documento", disse à AFP um porta-voz do metrô de Madri.
"É deplorável e vamos tomar uma série de medidas para identificar os responsáveis", acrescentou, observando que o diretor-geral do metrô se reunirá na segunda-feira com grupos de defesa dos direitos homossexuais para "pedir desculpas pessoalmente".
"Uma pessoa foi identificada.
"Queremos saber quem são os superiores que não viram (este documento) ou que concordaram" com a sua disseminação, acrescentou.
Mas, para o sindicato UGT, trata-se de "um documento oficial" entre as normativas fornecidas para o pessoal de segurança.
"Estes são documentos internos enviados para grupos de segurança para determinar suas ações, e determina que os agentes devem pedir para que músicos, mendigos e homossexuais apresentem suas passagens", assegurou Teodoro Piñuela, porta-voz da UGT-Madri para os transportes.
"Os agentes se opõem fortemente a esta instrução, porque têm de controlar todas as pessoas. E por que não freiras e padres?".
O coletivo de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais de Madri (COGAM) expressou "surpresa e indignação" em relação a estas instruções, consideradas prejudiciais "para a igualdade reconhecida na Constituição e que convida os controladores do metrô de Madri a adotar um comportamento homofóbico".
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