O novo mercado de câmbio marginal da Venezuela, anunciado pelo governo com a intenção de "derrotar" o chamado "dólar negro", inicia suas operações nesta quinta-feira para particulares e empresas, a uma taxa de 172 bolívares por dólar, 27 vezes maior do que a taxa oficial, de 6,30 bolívares.
Segundo o governo, este mercado marginal -que pressupõe uma desvalorização parcial do bolívar- só representará entre 5 e 10% das divisas, enquanto 70% dos dólares serão trocados por 6,30 bolívares o dólar, para a compra de alimentos e medicamentos e o resto a 12 bolívares, basicamente para importações industriais.
"Sim, começamos as operações hoje (quinta-feira)", declarou à AFP uma operadora da casa de câmbio Italcambio, que funciona no aeroporto Simón Bolívar, em Caracas.
Este novo mercado será alimentado por empresas públicas e privadas, por particulares que queiram comprar ou vender dólares em casas de câmbio e por bancos e operadores da Bolsa.
Os compradores poderão adquirir até 300 dólares por dia, 2.000 dólares mensais e 10.000 dólares ao ano.
As empresas só podem comprar a partir de 3.000 dólares nos bancos e casas de câmbio. O Banco Central da Venezuela publicará no final do dia a taxa de câmbio ponderada das operações do dia.
Na Venezuela, os particulares não podiam comprar e vender dólares livremente desde 2010, mas o governo tem dito nas últimas semanas que o novo sistema, chamado Simadi, servirá "para derrotar o dólar paralelo", cuja taxa disparou no ano passado, diante da escassez de divisas decorrente da queda dos preços do petróleo.
Vários economistas consultados pela AFP avaliam que o sucesso do novo sistema dependerá do volume de divisas do governo para garantir uma resposta à demanda do mercado.
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