Integrantes do governo já haviam condenado a marcha, considerada uma tentativa de desestabilizar o fim do mandato de Cristina Kirchner — a Argentina terá eleições presidenciais em outubro. A presidente afirmou em seu texto que o protesto da última quarta-feira foi “decididamente” uma marcha de oposição, convocada por promotores e apoiada por juízes. “Em síntese, uma marcha de vários integrantes de um Poder do Estado, o Judiciário, contra outro Poder da Constituição: o Executivo”, frisou.
Cristina Kirchner também criticou os seis promotores que organizaram o protesto, destacando que dois deles “foram acusados por parentes das vítimas de obstruir a causa Amia e o trabalho do próprio Nisman”.
A presidente ironizou ainda o cálculo de 400 mil participantes na passeata, divulgado pela polícia comunal, em um distrito governado pelo prefeito de oposição e candidato à Presidência pelo partido PRO, Mauricio Macri. O número é “pateticamente absurdo e politicamente armado”, segundo Cristina, com a ajuda de “grandes meios (de comunicação) e grupos econômicos”. A Polícia Federal estimou 50 mil presentes.
Também não faltaram ressalvas ao promotor Gerardo Pollicita, que ratificou a denúncia de Nisman, por recusar um convite de deputados governistas para comparecer ao Congresso e explicar os argumentos da acusação contra a presidente.