Um exame forense feito a pedido da família do promotor argentino Alberto Nisman comprovou que ele foi vítima de homicídio. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira, durante uma coletiva de imprensa, 46 dias após Nisman ser encontrado morto em seu apartamento. "Nisman foi vítima de um homicídio, sem lugar a dúvidas", declarou Sandra Arroyo Salgado, ex-mulher do promotor e mãe das filhas dele.
Arroyo acrescentou ainda que esta teoria "se encontra respaldada com rigor científico" e que "descarta com contundência as hipóteses de acidente ou suicídio".
Durante a coletiva de imprensa, a juíza leu as conclusões de um relatório de quase 100 páginas, elaborado pela equipe de peritos legistas a pedido da família. A investigação foi entregue ao expediente da promotoria, que investiga o caso como "morte duvidosa".
O relatório também indicou que "o corpo foi mexido", um dado que contradiz a versão da promotora que investiga a morte, Vivian Fein, segundo quem o corpo de Nisman jazia no chão do banheiro do apartamento, obstruindo a porta, e que nenhuma pessoa entrou até a chegada de um juiz e de peritos na noite de sua morte.
Para Arroyo Salgado, "infeliz e irremediavelmente, a autópsia (oficial) levou a conclusões parciais, precipitadas e equivocadas, funcionais para o ou para os homicidas, contribuindo com sua impunidade ou retardando-a na melhor das hipóteses", disse.
Quatro dias antes de morrer, em 18 de janeiro, Nisman acusou a presidente da Argentina Cristina Kirchner, seu chanceler, Héctor Timerman, e assessores do governo de terem acobertado os iranianos acusados do atentado contra a associação Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994. O ex-presidente iraniano Ali Rafsanjani é um dos suspeitos do ataque, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Com AFP