Jornal Estado de Minas

Iraque agradece ajuda do Irã contra jihadistas mas pede respeito à soberania

AFP

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, agradeceu nesta quinta-feira a ajuda do Irã na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico, mas pediu que Teerã respeite sua soberania, enquanto insistiu em um fim rápido das hostilidades no Iêmen.

"Tudo deve ser feito através do governo do Iraque", disse Abadi em Washington, diante de uma tribuna de especialistas americanos em política, em seu terceiro dia de visita aos Estados Unidos.

"Agradecemos o apoio do governo iraniano", declarou o primeiro-ministro, mas "é preciso respeitar a soberania iraquiana", advertiu.

Abadi lamentou, entre outras coisas, a difusão nas redes sociais de uma imagem do general iraniano Ghasem Suleimani junto a combatentes iraquianos contra o grupo Estado Islâmico (EI), no início da batalha de Tikrit (noroeste do Iraque).

"Foi, sem dúvida, uma má ideia e não a aceitaremos", disse.

O general Suleimani é o chefe da Força Qods, a cargo das operações exteriores do exército de elite dos Guardiões da Revolução iranianos.

Sobre o Iêmen, o premiê iraquiano pediu um fim rápido do conflito, o que foi interpretado como uma crítica indireta à campanha de bombardeios, dirigida pela Arábia Saudita e seus aliados contra os rebeldes xiitas huthis, que entrou na quarta-semana.

"Devemos por um fim a esta guerra no Iêmen rapidamente e a única forma de avançar é que os iemenitas encontrem eles mesmos uma solução política", declarou.

O primeiro-ministro iraniano se reuniu na terça-feira com o presidente Barack Obama.

Em sua primeira viagem como primeiro-ministro a Washington, Abadi havia dito que sua prioridade seria assegurar um forte aumento na campanha aérea liderada pelos Estados Unidos e no envio de armas.

A coalizão internacional contra o EI, liderada pelos Estados Unidos, lançou no fim de março ataques aéreos em Tikrit para ajudar as forças iraquianas a reconquistar esta localidade.

Washington expressou por muito tempo sua reticência em intervir em Tikrit, devido ao apoio ativo do Irã às forças de segurança.

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