A União Europeia (UE) não tem mais desculpas diante da imigração, afirmou nesta segunda-feira a chefe da diplomacia do bloco, a italiana Federica Mogherini, antes de uma reunião em Luxemburgo, ao comentar o naufrágio de um barco com mais de 700 pessoas no domingo.
"Com esta nova tragédia já é demais.
No domingo, um barco com mais de 700 pessoas a bordo naufragou na costa da Líbia. De acordo com balanços preliminares, 24 mortes foram confirmadas e 28 sobreviventes foram resgatados, o que significa que quase 700 pessoas podem ter falecido na tragédia.
"A UE deve fazer o necessário para acabar com tragédias que a humanidade, no século XXI, não pode tolerar impassível", disse o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, que chamou a tragédia de "suficientemente séria, grave e global".
"É um tema europeu. Todos os europeus devem ajudar", completou, antes de destacar que a imigração é um "fenômeno" que pode afetar todo o norte da África e "ter consequências como as que estamos vendo".
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu a restauração imediata da operação italiana de busca e resgate após a tragédia.
O diretor da OIM, William Lacy Swing, também apelou para que outros países europeus apoiem a operação, Mare Nostrum, que foi suspensa ano passado pelos custos elevados.
Ele disse que o dispositivo que a substituiu, Triton, de menor envergadura e coordenada a nível europeu, "não é adequada".
O diretor afirmou que a "Mare Nostrum salvou 200.000 vidas entre outubro de 2013 e dezembro de 2014".
Para o diretor da Agência Europeia de Controle de Fronteiras Exteriores (Frontex), Gil Arias, uma das soluções possíveis para evitar os naufrágios de imigrantes seria a abertura de "novos canais de imigração legal" para as pessoas em fuga de conflitos.
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