Canberra, Austrália, 27 - A Austrália quer que as acusações de corrupção contra juízes da Indonésia sejam investigadas antes que as sentenças de morte contra dois traficantes australianos sejam realizadas, disse nesta segunda-feira a ministra de Relações Exteriores, Julie Bishop.
Os australianos, Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31 anos, estão entre os 10 traficantes que receberam os avisos no último sábado de que serão executados por um pelotão de fuzilamento na Indonésia, juntamente com o brasileiro, Rodrigo Gularte, um francês, um indonésio, quatro homens nigerianos e uma mulher filipina.
As autoridades indonésias afirmam que os australianos já esgotaram todas as chances de apelação. No entanto, a ministra Julie Bishop argumentou que os homens não devem ser executados enquanto houver dúvidas em relação aos julgamentos.
De acordo com a Fairfax Media, o advogado indonésio de Sukumaran e Chan, Muhammad Rifan, disse que os juízes do julgamento na primeira instância, em 2006, pediram um suborno de 1 milhão de rúpias (US$ 77 mil) para que fossem sentenciadas penas de prisão inferiores a 20 anos.
O advogado alega que o acordo caiu completamente depois de os juízes sentenciaram mais tarde a pena de morte aos traficantes.
Segundo Rifan, os juízes então "começaram a pedir muito mais dinheiro para fornecer
uma pena menor, mas a dupla não tinha mais dinheiro", apontou a Fairfax Mídia, nesta segunda-feira.
A ministra Bishop falou com o ministro de Relações Exteriores da Indonésia, Retno
Marsudi, na noite de domingo em uma tentativa de evitar as execuções. Ela disse que os australianos não devem ser mortos enquanto os casos legais não forem resolvidos.
Julie Bishop e primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, continuam a pressionar a Indonésia nesta segunda-feira. Fonte: Associated Press