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Estado de Minas

Brasil reavalia relação com Indonésia após execução de Rodrigo Gularte


postado em 28/04/2015 19:25

O governo brasileiro está "avaliando" como prosseguirá sua relação com a Indonésia após o fuzilamento de Rodrigo Muxfeldt Gularte, o segundo cidadão do país executado por narcotráfico na nação asiática, informou nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores.

O chanceler interino, Sérgio França Danese, revelou em entrevista coletiva que o Brasil pôs em análise seus vínculos com a Indonésia e que, depois de tantas apelações infrutíferas de clemência, está "justamente procedendo a esta avaliação de qual será a atitude com relação a este país".

Atualmente, as relações diplomáticas entre os dois países se mantêm em nível de encarregados de negócios, desde o fuzilamento, em janeiro, de outro brasileiro, Marco Archer Moreira, também condenado por tráfico de drogas.

Em nota, a Presidência da República anunciou ter recebido "com profunda consternação a notícia da execução" de Gularte, de 42 anos, uma sentença executada depois da meia-noite na Indonésia (14H00 de Brasília), contrariando as pressões e os pedidos de clemência internacionais.

Gularte foi preso em 2004, ao tentar entrar no país pelo Aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

Sua família apresentou vários boletins médicos para demonstrar que ele sofria de esquizofrenia e que, portanto, não devia ser executado. Mas a promotoria sustentou que não havia impedimentos para dar continuidade ao processo e o brasileiro foi executado junto com outros seis cidadãos estrangeiros e um indonésio, todos condenados por tráfico de drogas.

O comunicado voltou a qualificar a execução como "um fato grave no âmbito das relações entre os dois países", que começaram a se deteriorar com o fuzilamento de Marco Archer.

Desde a morte de Archer, a presidente Dilma advertiu que haveria consequências nas relações bilaterais. Pouco depois da execução, a chefe de Estado, que ainda não nomeou um novo embaixador em Jacarta, rechaçou as credenciais do diplomata proposto pela Indonésia.

Danese disse que não há previsão de "mudanças nas embaixadas".

Os dois processos motivaram sete cartas presidenciais desde que as prisões ocorreram, há dez anos, bem como negociações diplomáticas e recursos judiciais, que terminaram sem resposta.

As sentenças foram executadas na ilha prisão de Nusakambangan.

O ministro interino das Relações Exteriores informou, ainda, que a Indonésia noticiou o Brasil sobre o cumprimento da pena "imediatamente depois de ouvidos os disparos".

Ainda segundo a chancelaria, Gularte será sepultado no Brasil.


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