A justiça canadense deu liberdade condicional a Omar Khadr, um ex-prisioneiro de Guantánamo que esteve preso 13 anos, embora o governo conservador daquele país fosse contrário à sua libertação.
"O senhor está livre", disse a juíza Myra Bielby a Omar Khadr, de 28 anos, durante audiência em Edmonton, Alberta, no oeste do Canadá.
"Estou feliz, incrivelmente feliz, nos custou anos chegar até aqui", reagiu seu advogado, Dennis Edney, na saída do tribunal, em declarações a emissoras de televisão.
Detido em 2002 no Afeganistão quando tinha 15 anos, Omar Khadr foi levado à prisão americana de Guantánamo, em Cuba, onde esteve preso por 10 anos antes de ser transferido a uma penitenciária de segurança máxima no Canadá, onde estava atualmente.
A fiança fixada foi de 5.000 dólares, muito abaixo dos 100 mil dólares reivindicados pelo governo.
Desde que saiu da prisão, nesta quinta-feira, Khadr deverá usar permanentemente uma pulseira eletrônica, cumprir um toque de recolher e limitar seus deslocamentos à província de Alberta, onde mora seu advogado, que se ofereceu para financiar os estudos do jovem em uma pequena universidade católica em Edmonton.
"A decisão de hoje nos decepciona e lamentamos que um terrorista que foi considerado culpado possa ser reincorporado à sociedade canadense sem ter cumprido toda a sua pena", declarou, ao contrário, o Departamento de Segurança Pública, em um comunicado.
Khadr tinha sido capturado no Afeganistão e, acusado de matar com uma granada um sargento americano. Em 2010, um tribunal especial militar dos Estados Unidos o condenou a oito anos de prisão por assassinato.
Em virtude de um acordo com o Pentágono por "se declarar culpado", pôde sair de Guantánamo para cumprir o resto da pena no Canadá, aonde foi transferido em 2012.
Seu pai era um membro influente da Al-Qaeda, que foi morto em outubro de 2003 durante confronto com as forças paquistanesas.