Edwards apelou aos países do Sudeste da Ásia para atuarem urgentemente e “resgatarem e desembarcarem estas pessoas vulneráveis”, antes de se referir a casos de desidratação e de violência a bordo das embarcações, relatados pelos migrantes que conseguem chegar à Tailândia, Malásia e Indonésia.
“Desde o fim de semana que não há registos de desembarques em toda a região. Nos últimos nove dias, um total de 1.396 pessoas desembarcaram na Indonésia, 1.107 na Malásia e 106 no Sul da Tailândia”.
Adrian Edwards disse que o Acnur teve conhecimento de relatos de sobreviventes que dizem ter sido abandonados pela tripulação dos barcos e que ficaram à deriva durante dias, antes de obterem auxílio dos navios de socorro, para além de casos de abusos cometidos pelos donos das embarcações, que exigem altas quantias em dinheiro antes do embarque.
“Na Malásia, alguns dos que desembarcaram e estão num centro de detenção no estado de Kedah nos disseram que foram raptados ou atraídos por falsas promessas para seguiram nos barcos dos traficantes. Souberam de outros passageiros que morreram no mar devido aos espancamentos pela tripulação, por fome ou doença”, afirmou.
Perante esta situação, o Acnur solicitou assistência médica de emergência e proteção aos imigrantes. O porta-voz do Acnur apelou ainda ao governo de Myanmar para não punir os imigrantes ilegais que decidiram regressar por não terem sido acolhidos em países vizinhos.