Jornal Estado de Minas

Pescadores socorrem centenas de imigrantes na Indonésia

AFP

Pescadores socorreram quase 400 imigrantes diante da costa da província indonésia de Aceh, anunciaram as autoridades locais nesta quarta-feira.

Khoirul Nova, responsável pelos serviços de resgate na Indonésia, informou que até o momento foram socorridos 374 imigrantes, que parecem proceder de Mianmar.

O primeiro resgate ocorreu às 02H00 local (16H00 Brasília de terça-feira), quando pescadores socorreram no "estreito de Malaca" 102 imigrantes, entre eles 30 crianças e 27 mulheres, disse Nova.

Os imigrantes foram levados para a localidade de Simpang Tigan, no leste de Aceh.

Teuku Nyak Idrus, membro de uma cooperativa de pescadores de Aceh, disse à AFP que os imigrantes estavam a bordo de um barco diante da costa indonésia.

"Muitos estão doentes.

Me disseram que alguns de seus amigos morreram de fome".

A população está dando água e comida para os resgatados, enquanto médicos tratam dos imigrantes doentes, explicou Idrus.

Os resgates ocorrem quando os chefes da diplomacia de Malásia, Tailândia e Indonésia analisam em Kuala Lumpur a crise dos emigrantes no sudeste da Ásia.

Centenas de muçulmanos rohingya de Myanmar, considerados como uma das minorias mais perseguidas do mundo, chegaram a Aceh nos últimos dias, do mesmo modo que centenas de emigrantes de Bangladesh que fogem da pobreza.

Milhares de imigrantes têm chegado às costas de Indonésia, Malásia e Tailândia após serem abandonados no mar por traficantes de seres humanos.

Nesta quarta-feira, Mianmar anunciou sua "disposição de proporcionar ajuda humanitária" aos emigrantes abandonados no mar há dias.

O ministério birmanês das Relações Exteriores informou em um comunicado publicado na imprensa oficial que o país está disposto a proporcionar ajuda humanitária "a todos que têm sofrido no mar".

Na terça-feira, as Nações Unidas alertaram sobre a presença de 2 mil emigrantes rohingyas em barcos abandonados diante da costa de Mianmar.

Até recentemente, dezenas de milhares de pessoas em busca do exílio transitavam a cada ano pelo sul da Tailândia, ponto de passagem para a Malásia e além, em fuga da pobreza de Bangladesh ou da violência, como no caso dos rohingyas de Mianmar.

Mas Bangcoc decidiu punir de maneira mais severa os traficantes depois de descobrir fossas comuns com os corpos de emigrantes clandestinos em plena selva. Agora, os criminosos buscam rotas alternativas para chegar à Malásia, país próspero que atrai milhares de emigrantes.

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