Reguladores da aviação dos Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira um estudo da saúde mental dos pilotos de linhas aéreas do país, na esteira dos desastres da Germanwings e da Malaysia Airlines.
A Administração Federal de Aviação disse que as conclusões do estudo podem resultar em alterações na maneira como os pilotos são avaliados para a aptidão para voar.
"Pilotos norte-americanos passam por triagem médica robusta, mas acidentes recentes em outras partes do mundo levaram a FAA a ter um novo olhar sobre a importante questão da aptidão piloto", disse a FAA em comunicado.
A queda de um voo da Germanwings na França no final de março, matando todas as 150 pessoas a bordo, aparentemente foi provocada de maneira deliberada por um co-piloto que tinha um histórico de depressão grave.
Um avião da Malaysia Airlines inexplicavelmente desapareceu em um voo de Kuala Lumpur para Pequim em 2014. Até hoje os destroços do voo, que transportava 239 pessoas, não foram encontrados. Mas os investigadores têm em parte focado em saber se as causas estariam em ações deliberadas dos pilotos.
A FAA disse que a pesquisa será conduzia por um comitê incluindo especialistas em aviação civil dos Estados Unidos e estrangeiros, assim como especialistas em medicina aeroespacial.
Eles vão observar as questões de saúde emocional e mental e os métodos utilizados para avaliá-los nos pilotos norte-americanos, e em barreiras para a comunicação dessas questões.
As recomendações do grupo são esperadas no prazo de seis meses.
A FAA disse que, com base nas recomendações, poderia considerar mudanças nas políticas médicas, projetos de aeronaves e treinamento de pilotos e testes.
Segundo as regulamentações atuais de aviação norte-americanas, pilotos de avião passam por um exame médico com um médico certificado pela FAA a cada seis ou 12 meses, dependendo da idade do piloto.