Desde a manhã desta segunda-feira, os serviços municipais trabalham na ponte, cortando com serras especiais para metais as grades com cadeados e colocando-as em caminhões. "Estamos refletindo sobre os possíveis meios de reciclá-los", afirmou Julliard.
O trabalho, que obrigará o fechamento da ponte por uma semana, permitirá que os turistas "recuperem esta magnífica perspectiva". Efetivamente, a Pont des Artes oferece uma das mais belas vistas da capital francesa, com a perspectiva do rio, do museu do Louvre e das torres da catedral Notre Dame.
Leia Mais
Paris se prepara para retirar 45 toneladas de 'cadeados do amor'Paris quer discutir modalidades de divisão de imigrantes na UEPintura egípcia de 3.400 anos vai a leilão em ParisAs perigosas toneladas do amor
"Coloquei um cadeado aqui há dez anos", lembra, nostálgico, Feruccio, um italiano de 43 anos que visita Paris com sua esposa.
Para Yilmaz, que prendeu um cadeado em 2010, retirá-los é "como se retirassem o patrimônio de Paris, um patrimônio criado pelo povo". "É uma arte do povo. Isso era bonito", afirma.
Temendo um acidente diante do peso agregado à ponte, duas americanas lançaram em março de 2014 uma petição com o nome "no love locks", que foi assinada por 10.000 pessoas, pedindo a retirada dos cadeados, que "deixavam a ponte feia". Afirmavam que se tratava de uma "moda horrível e perigosa" que desnaturaliza a "verdadeira Paris" e a transforma em "Disneyland".
Efetivamente, poucos meses depois, em 8 de junho de 2014, uma parte da grade da ponte caiu devido ao peso dos cadeados. A ponte precisou ser esvaziada e a prefeitura retirou 37 grades, cada uma delas carregada com meia tonelada de cadeados. Uma parte das grades foi substituída por painéis de vidro.
Como alternativa, a prefeitura realizou uma campanha para encorajar os selfies, substituindo os cadeados, e publicá-los, acompanhados da hashtag #lovewithoutlocks.
A moda dos cadeados começou a se propagar em Paris em 2008. Depois da Pont des Arts passou a outras pontes do Sena e inclusive a bairros raramente frequentados pelos turistas. Vendedores ambulantes e lojas próximas à ponte rapidamente perceberam o negócio e começaram a vender cadeados.
Paris "seguirá retirando um a um todos os cadeados de todas as pontes", promete Julliard.