O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana Edward Snowden recebeu nesta terça-feira um prêmio pela liberdade de expressão na Noruega, o que levanta a questão de sua eventual viagem para o país escandinavo, aliado dos Estados Unidos.
Snowden, de 31 anos, recebeu o prêmio Bjørnson "por seu trabalho de proteção da vida privada e por ter ilustrado de forma crítica a vigilância dos cidadãos pelos Estados", anunciou o júri.
Acusado de espionagem pelo governo dos Estados Unidos depois de ter revelado a dimensão dos programas de vigilância da NSA, Edward Snowden - hoje exilado na Rússia - foi convidado a comparecer a Noruega para receber o prêmio em 5 de setembro, o que coloca o governo de Oslo em uma posição delicada.
A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Marie Harf, não informou se Washington teria a intenção de pedir a extradição do premiado, mas indicou a "todos os governos" que o "único lugar" para onde Snowden deve viajar é para "os Estados Unidos para responder às acusações contra ele".
A academia Bjørnstjerne Bjørnson - nome de um escritor norueguês prêmio Nobel de Literatura em 1903 - pediu ao governo norueguês a garantia de que Snowden não será extraditado se decidir comparecer para receber o prêmio de 100.000 coroas (11.500 euros).
O ministério de Justiça informou que o caso cabe à Agência de Imigração, que por sua vez indicou que não adotaria uma posição até receber um eventual pedido do interessado.
Como em 2014, o nome de Edward Snowden foi proposto, ao lado de outros 272 candidatos, para o prêmio Nobel da Paz, também atribuído na Noruega em 9 de outubro.