Jornal Estado de Minas

Congresso paraguaio derruba imunidade da sede da Conmebol

AFP

Em meio ao escândalo de corrupção que abala o futebol mundial, o senado paraguaio aprovou nesta quinta-feira a lei que acaba com a imunidade da sede da Conmebol, situada nos arredores da capital Assunção, informaram fontes parlamentares.

Na semana passada, a iniciativa já havia sido sancionada pela Câmara dos Deputados.

O presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Angel Napout, salientou que as portas da instituição estão abertas a investigações.

"Não haverá nenhum problema", afirmou o dirigente, que deu seu acordo para derrubar a imunidade jurídica da sede da Confederação que preside.

"É impossível que continuem existindo blindagens para a corrupção, a proteção de delitos econômicos em grande escalar a para proteção de corporações criminais", enfatizou o deputado Hugo Robín na hora de defender a aprovação da lei.

O próprio presidente do Paraguai, Horacio Cartes, impulsionou a derrubada da imunidade, que vigorava desde 1997.

"Isso se inclui na política de transparência do presidente, tanto no âmbito público como provado. Todo devemos nos submeter ao controle da opinião pública", enfatizou o ministro das relações exteriores, Eladio Loizaga.

Há duas semanas, o departamento de justiça dos Estados Unidos indiciou nove altos dirigentes por suspeitas de corrupção, sendo que sete foram presos em Zurique, onde estavam prestes a participar do congresso da Fifa.

Entre os cartolas indiciados, quatro são sul-americanos. Os mais influentes são o paraguaio Nicolas Leoz, presidente da Conmebol de 1986 a 2013, em prisão domiciliar, e seu sucessor, o uruguaio Eugenio Figueredo, que deu o lugar a Napout em março deste ano, e foi detido em Zurique.

Também estão presos na suíça o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, e o venezuelano Rafael Esquivel, membro executivo da Conmebol.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, conseguiu se reeleger para um quinto mandato três dias depois da prisão dos cartolas, mas sua situação tornou-se insustentável por conta da forte pressão internacional, e ele acabou renunciando ao cargo na semana passada.