O 51º Salão Aeronáutico de Le Bourget, perto de Paris, foi inaugurado nesta segunda-feira com o anúncio da Embraer Defense & Security de mais de 100 pedidos que podem chegar a 8 bilhões de reais.
A tradicional disputa entre Airbus e Boeing também marcou o primeiro dia do evento, com o anúncio de pedidos multimilionários e um clima de otimismo no setor para os próximos 20 anos.
O presidente francês, François Hollande, inaugurou o Salão, que se realiza a cada dois anos em alternância com o Salão de Farnborough, na Grã-Bretanha, e espera receber 315.000 visitantes, dos quais 140.000 são profissionais do setor.
Todas as atenções se voltaram para os anúncios de compra que pautam tradicionalmente esta data.
Neste sentido, a brasileira Embraer concluiu um contrato com a República do Mali para a venda de seis aviões de combate A-29 Super Tucano e que inclui um "apoio logístico" e um programa de "treinamento para os pilotos e mecânicos".
Além disso, a companhia anunciou ter recebido 103 novos pedidos de três empresas americanas e uma chinesa, por um total de 2,6 bilhões de dólares.
O maior pedido foi da americana Aircastle e inclui 50 exemplares da futura gama E-Jets E2. Os outros contratos são das companhias United Airlines (28 aviões), Colorful Guizhou Airlines (17) e SkyWest Airlines (8).
As entregas dos pedidos se iniciarão em 2018 e se estenderão até 2021, indicou a Embraer em um comunicado.
Entre os pedidos milionários envolvendo outras empresas, destaca-se o da Saudi Arabian de 20 Airbus A330-300 Regional e 30 A320ceo, por 8 bilhões de dólares.
Já a companhia americana GE CapitalAviation fez um pedido de 60 Airbus A320neo, por 6,37 bilhões de dólares.
A companhia aérea nacional indonésia Garuda assinou uma opção de compra de 60 Boeing, no valor de 10,9 bilhões de dólares. Se o pedido for confirmado, será o primeiro anúncio da empresa americana na mostra deste ano.
Airbus e Boeing aumentaram as suas previsões de crescimento para os próximos 20 anos.
Airbus estima as necessidades das companhias aéreas em 32.600 aparelhos nesse período (+4% em comparação com a previsão anterior), o que representa um mercado de 4,9 bilhões. A Boeing aumentou em 3,5%, a 38.050 unidades, estimadas em 5,6 bilhões de dólares.
Há dois anos, a Airbus registrou pedidos no valor de 39,3 bilhões, enquanto a rival de Seattle arrecadou 38 bilhões.
O setor se apoia no forte crescimento do tráfego aéreo global, que passou de 100 milhões de passageiros em 1960 para pouco mais de 3 bilhões de passageiros em 2013. "Este ano, cerca de três bilhões de pessoas vão viajar de avião e em 2034 esse número terá subido para 7 bilhões", prevê Randy Tinseth, vice-presidente de marketing da Boeing.
Finalmente, o Salão de Le Bourget vai acolher 2.260 expositores este ano, 5% a mais que em 2013, metade dos quais estrangeiros de 47 países.