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Estado de Minas

Garoto solitário ou monstro racista: veja quem é o suspeito da chacina na igreja de Charleston


postado em 19/06/2015 15:40

Há uma semana, o até então desconhecido Dylann Roof teria declarado a amigos mais próximos que gostaria de matar muitas pessoas.

Mas o rapaz magro de 21 anos que abandonou a escola, que ostentava um corte de cabelo estilo "tigela" e um olhar ameaçador - ao menos em uma foto sua no Facebook - aparentemente tem um senso de humor peculiar.

Por isso, ninguém prestou atenção no que ele disse.

Por fim, comprovou-se que Roof - cujo nome do meio é Storm (tempestade) - parece ter falado sério, tragicamente sério.

O jovem da Carolina do Sul é alvo de nove acusações de assassinato pelo tiroteio em uma igreja afro-americana em Charleston. Roof é branco; todas as vítimas eram negras.

Descrições conflitantes estão vindo à tona sobre o protagonista deste mais recente episódio de violência no país, fortemente abalado por tensões raciais.

Roof era calmo e introvertido, um jovem solitário e de fala mansa, diz uma versão.

Não, ele era uma bomba prestes a explodir, dominado pelo ódio, um jovem que acreditava na segregação racial. Ele queria matar os negros para gerar outra guerra racial, diz outra versão.

Um tio de Roof, Carson Cowles, declarou ao Los Angeles Times que a ação violenta de seu sobrinho na Igreja Episcopal Metodista Emanuel tomou a todos de surpresa.

Segundo Cowles, pediram que ele ligasse a televisão na quinta-feira quando Roof foi identificado por câmeras de vigilância de fora da igreja como o suspeito do tiroteio.

Roof supostamente acompanhou uma aula de estudo bíblico durante uma hora antes de abrir fogo contra os fiéis que estavam ao seu redor, e deixou alguns vivos para que contassem sobre o ocorrido posteriormente.

"Eu assisti aquilo por 10 minutos, tentando me convencer de que era apenas um pesadelo e que eu precisava acordar", declarou Cowles ao jornal.

"Nenhum de nós viu isso chegando, mas aqui estamos nós, e não há como voltar atrás", disse Cowles.

Mas o próprio Roof declarou aos investigadores que queria começar uma guerra racial, declarou à CNN nesta sexta-feira uma autoridade policial.

Alerta do plano

Amigos de Roof dizem que ele havia, de fato, falado em matar, contando inclusive quando e onde iria agir.

Segundo Christon Scriven, negro, Roof alertou na semana passada que na quarta-feira - o dia exato do tiroteio - ele queria matar pessoas em uma faculdade local.

"Ele nos disse que ia fazer essas coisas", disse Scriven ao New York Daily News. "Ele é estranho. Você não sabe quando deve levá-lo a sério e quando não deve", acrescentou.

Apenas a localização do ataque foi diferente do informado pelo jovem.

O colega de quarto de Roof, que vivia na cidade de Lexington - fora da capital do estado Columbia - declarou que ele vinha planejando algo terrível.

"Ele era partidário de segregação e outras coisas", disse Dalton Tyler.

"Ele disse que queria começar uma guerra civil. Ele falou que ia fazer algo assim e depois se matar", contou.

Mas Joey Meek, um amigo de infância de Roof, contou que ele possuía amigos negros e não tinha o hábito de depreciar os afro-americanos.

"Ele nunca disse a palavra 'preto', ele nunca fez insultos raciais, ele nunca tomou como alvo uma pessoa negra específica", declarou Meek à ABC News. "Ele nunca fez nada disso, então foi um choque", afirmou.

Mas os momentos anteriores às ações assassinas atribuídas a Roof sugerem que ele era uma pessoa conturbada e problemática.

Em uma foto em sua página no Facebook, ele é visto usando um casaco com as bandeiras da época do apartheid na África do Sul e da Rodésia, que posteriormente se tornou o Zimbábue.

Roof abandonou a escola e já foi preso por posse de uma droga utilizada para tratar a dependência de opiáceos, segundo a imprensa.

Seu tio declarou que em abril Roof ganhou uma arma Glock .45 de seu pai como presente de aniversário.

Há duas semanas, Roof fez - embriagado - um discurso inflamado sobre segregação e matar pessoas, disse Meek.

Meek pegou então a arma de Roof, mas a devolveu ao jovem no dia seguinte, declarou ao Daily News.

"Eu só a peguei porque ele estava bêbado. Eu não o levei a sério", disse Meek. "Sinto-me um pouco culpado porque eu poderia ter contado isso para alguém", lamenta.


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