Em um discurso em uma conferência de prefeitos dos EUA, Clinton falou extensamente sobre os assassinatos e elogiou familiares das vítimas, que disseram ter perdoado o atirador Dylann Roof, de 21 anos.
Favorita para a indicação presidencial democrata, Clinton usou o discurso para destacar a discriminação enfrentada pelos negros americanos. "A raça continua a ser uma profunda linha divisória na América", afirmou.
A presidenciável disse ainda que as escolas se mantêm segregadas, que os negros americanos recebem penas de prisão mais longas do que os brancos para os mesmos crimes e que as crianças negras são cinco vezes mais propensas a morrer de asma que as crianças brancas.
"É tentador considerar uma tragédia como esta como um incidente isolado", afirmou Clinton. "As pessoas estão enganadas ao concluir que a intolerância é algo que nós deixamos para traz, que o racismo institucionalizado não existe mais", acrescentou.
Autoridades disseram que Roof atirou e matou as nove vítimas durante uma aula de estudo bíblico na histórica igreja Emanuel African Methodist Episcopal em Charleston, na Carolina do Sul.
Ele teria dito, durante o tiroteio, que "vocês estão estuprando nossas mulheres e tomando conta do país", segundo relatos de testemunhas.
Muitos dos pré-candidatos à presidência se pronunciaram sobre o tiroteio, mas poucos o associaram à injustiça racial.
Jeb Bush, ex-governador da Flórida e um dos principais pré-candidatos republicanos, se esquivou de fazer comentários duros sobre o assunto em um evento nesta sexta-feira pela manhã. "Eu não sei o que estava na mente ou no coração do homem que cometeu estes crimes atrozes", disse.
No final do dia, em um evento de angariação de fundos, Bush recuou e colocou a questão em termos diferentes. "Parte meu coração imaginar que alguém, racista como ele, faria o que ele fez", afirmou.
Clinton alinhou-se com o discurso que o presidente Barack Obama fez na sexta-feira. Ele disse que o país deve ter mais controle sobre a venda de armas e que deve "agir sobre esse ódio".
"O presidente está certo", disse Clinton. "A política sobre esta questão está envenenada.