Alguns casais gays foram avisados nesta sexta-feira que terão que aguardar para obter licenças de casamento, apesar da sentença histórica da Suprema Corte dos Estados Unidos que legalizou o matrimônio entre pessoas de mesmo sexo em todo o território americano.
Os procuradores-gerais dos estados de Mississippi e Louisiana, no sul do país, informaram que a decisão não entrará em vigor imediatamente, enquanto as cortes locais estudam o parecer.
"Pode acontecer rapidamente ou demorar vários dias", disse o procurador-geral Jim Hood, do Mississippi, em um comunicado transmitido à imprensa local.
James Caldwell, de Louisiana, disse que publicaria um comunicado assim que a Suprema Corte divulgasse formalmente um mandado, tornando a decisão efetiva, mas não fez sigilo sobre seu próprio ponto de vista.
"Esta decisão da Suprema Corte subverte o desejo do povo da Louisiana e tira um direito que deveria ter sido deixado aos estados", criticou.
Houve confusão no Texas, depois que o procurador-geral daquele estado divulgou um comunicado determinando aos cartórios que aguardem sua interpretação da decisão da corte antes de emitir certidões de casamento.
Em seguida, ele divulgou um comunicado denunciando a decisão e a promessa de proteger a liberdade religiosa, indicando que os tabeliães podem se recusar a emitir estes certificados, se fazê-lo for contrário à sua fé.
"Nenhuma corte, nenhuma lei, nenhuma regulamentação e nenhuma palavra vai mudar a verdade simples de que o casamento é a união entre um homem e uma mulher", afirmou o procurador-geral Ken Paxton.
"Nosso princípio orientador deve ser proteger as pessoas que querem viver, trabalhar e criar suas famílias de acordo com sua fé religiosa", prosseguiu.
Alguns cartórios, sobretudo das cidades de Austin e Dallas, ignoraram a sugestão e começaram a emitir licenças imediatamente, mas outros mandaram as pessoas voltar.
No entanto, a maioria dos líderes de 13 estados, cujas proibições ao casamento gay foram derrubadas, aceitaram a determinação como uma "lei da terra", embora alguns o tenham feito a contragosto.
O governador da Louisiana, Bobby Jindal, que lançou recentemente sua candidatura à Casa Branca, alertou que a decisão "abrirá o caminho para um ataque aos direitos de liberdade religiosa dos cristãos".
O governador da Geórgia, Nathan Deal, disse que enquanto ele acredita que a questão "possa ser decidida pelos estados e pelos legislativos e não o judiciário federal", seu estado seguirá a lei.
Outros saudaram a determinação da corte como uma oportunidade para arquivar um debate que causa dissensão.
O governador de Michigan, Rick Snyder, urgiu que as pessoas "a respeitar o processo judicial", abraçar a diversidade e "tratar a todos com o respeito e a dignidade que merecem".