Nadia Valavani, deputada do partido Syriza no poder na Grécia, e vice-ministra das Finanças, apresentou nesta quarta-feira sua renúncia em uma carta ao primeiro-ministro Alexis Tsipras.
"Eu não vou votar a favor deste projeto de lei e acredito que não posso permanecer no governo se votar contra", disse a vice-ministra à imprensa após a publicação de uma carta ao primeiro-ministro explicando que iria demitir-se porque "a solução imposta à Grécia" por parte dos credores "não é viável", disse ela.
"Em uma guerra, quando os poderes do oponente são superiores de uma forma avassaladora, podemos nos dar ao luxo de capitular para reabastecer nossas próprias forças", escreveu a ministra.
"No entanto, essa capitulação foi tão esmagadora que não nos permite essa reconstrução", porque as novas medidas, "assinadas por nós vão agravar a situação de um povo exausto e essa será a lápide (do partido) por vários anos", acrescentou.
A votação no Parlamento nesta quarta-feira à noite sobre as novas medidas de austeridade impostas pelos credores, a UE e o FMI, e para garantir a permanência da Grécia na zona do euro, é um verdadeiro teste para a coesão do Syriza.
Pelo menos quatro deputados, incluindo o influente ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, líder da ala mais à esquerda do partido, já indicaram que irão votar contra essas medidas.
A maioria da coalizão governamental conta com 162 deputados de um total de 300: 149 do partido Syriza e 13 do pequeno partido Gregos Independentes, Anel.
Na segunda-feira, o vice-ministro dos Assuntos Europeus e deputado do Syriza, Nikos Chountis, anunciou que estava abandonando sua pasta, preferindo substituir no Parlamento Europeu o deputado Manolis Glezos, figura emblemática da resistência grega.
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