O presidente Vladimir Putin, acompanhado pelo patriarca ortodoxo Kirill, celebrou nesta terça-feira no Kremlin os mil anos da morte do príncipe Vladimir, considerado como aquele que converteu a Rússia ao cristianismo.
"A Rússia foi fundada nas reflexões profundas do príncipe Vladimir, sobre seu desejo de criar um princípio (ortodoxia) capaz de unir os povos da Rússia e unificar este território", disse Putin.
Ao converter a Rússia Kievana - berço da Rússia, Ucrânia e Belarus atuais - este grande príncipe do século X "fundou seu país no princípio do amor à pátria", continuou Putin.
"Ele acabou com as lutas internas e esmagou os inimigos estrangeiros", ressaltando, acrescentando que Vladimir I foi capaz, graças à ortodoxia, de "dialogar em pé de igualdade com os seus vizinhos".
"Os acontecimentos atuais mostram a necessidade de fortalecer a unidade e o apoio mútuo dos povos eslavos", declarou, por sua vez, o patriarca Kirill, enquanto um conflito já custou mais de 6.500 mortes em 15 meses no leste separatista da Ucrânia, onde Kiev acusa Moscou de apoiar os rebeldes.
O presidente russo e o patriarca se expressaram para uma plateia reunindo líderes da Igreja Ortodoxa, depois de uma cerimônia em uma das igrejas do Kremlin.
Esta cerimônia ocorre num momento em que o patriotismo é amplamente incentivado pelas autoridades russas, em referência ao passado heroico da Rússia e as suas raízes cristãs.
As autoridades anunciaram recentemente seus planos de erigir uma estátua do príncipe Vladimir de 24 metros de altura no topo de uma colina com vista para o rio Moskva, mas uma petição assinada por 60.000 pessoas resultou em uma suspensão do projeto.