O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou o russo Vladimir Putin de querer assumir o controle de toda Europa e considerou "possível" uma ação da Rússia contra a Finlândia e os países bálticos, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira.
"Putin quer ir tão longe quanto nós permitirmos, não apenas na Ucrânia, mas em toda a Europa", disse Poroshenko em uma entrevista em inglês concedida a vários meios de comunicação europeus.
"Com a anexação da Crimeia e a agressão no leste da Ucrânia, Putin quebrou o sistema de segurança internacional", afirmou o ucraniano.
A península da Crimeia foi anexada por Moscou em março de 2014, após a ocupação das tropas russas e um referendo - criticado por Kiev e pelo Ocidente - no qual o 'Sim' à cisão venceu por grande maioria.
"Um ataque contra a Finlândia é possível? Sim. E a Finlândia sabe disso. Um ataque contra os Estados bálticos é possível? Sim", afirmou Poroshenko, que também mencionou uma potencial agressão no espaço do Mar Negro.
O presidente ucraniano disse que Kiev não luta apenas pela integridade da Ucrânia, mas sim "pela democracia, a liberdade e a segurança de todo o continente europeu".
O conflito entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-Rússia no leste do país, iniciado em abril de 2014, provocou mais de 6.500 mortes.
"É uma verdadeira agressão contra o meu país e, enquanto conversamos, há 9.000 soldados russos equipados com armas russas modernas que ocupam meu território", afirmou Poroshenko.