Uma corte de apelações do estado americano do Texas suspendeu a execução programada para a quarta-feira do nicaraguense Bernardo Tercero, condenado à pena de morte em um processo que foi criticado por Manágua e por organizações de direitos humanos como a CIDH.
"A execução do requerente fica adiada até que se resolva esta solicitação", escreveu nesta terça-feira em sua decisão a Corte de Apelações Criminais do Texas (sul dos EUA), que aceitou um recurso dos advogados de Tercero, que alegavam que seu cliente não teve um julgamento justo.
A execução com injeção letal de Tercero, que passou os últimos 15 anos no corredor da morte, estava marcada para a quarta-feira pelo assassinato, em 1997, do professou de uma escola com o qual lutou durante um assalto a uma lavanderia.
Mas seus advogados alegaram em um recurso diante da Corte de Apelações Criminais do Texas que foi negado a seu cliente um julgamento justo já que os promotores acusadores usaram as palavras de uma testemunha chave que posteriormente retirou suas declarações.
O caso de Tercero havia gerado grande atenção em seu país natal, onde o presidente Daniel Ortega enviou em julho uma carta a seu homólogo Barack Obama na qual pediu clemência pelo réu.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou que durante o julgamento foram violados os direitos de Tercero, porque lhe foi negada a assistência do consulado de seu país e os advogados que o defenderam durante o julgamento cometeram falhas.