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Estado de Minas

Mais de 10 mil manifestantes na França pedem abertura das fronteiras aos refugiados

Manifestação surgiu de discussão no Facebook de pessoas que se perguntavam como se expressar para dizer não às políticas migratórias repressivas que provocam milhares de mortes


postado em 05/09/2015 15:52 / atualizado em 05/09/2015 18:07

Homem mostra cartaz com os dizeres 'Eu sou sírio' durante protesto em solidariedade aos migrantes na Praça da República, em Paris (foto: AFP PHOTO / GUILLEMTTE VILLEMIN )
Homem mostra cartaz com os dizeres 'Eu sou sírio' durante protesto em solidariedade aos migrantes na Praça da República, em Paris (foto: AFP PHOTO / GUILLEMTTE VILLEMIN )

Mais de 10 mil pessoas se mobilizaram neste sábado em toda a França contra as "políticas repressivas contra os migrantes" que fogem em massa para a Europa a partir da Síria e de outras regiões em guerra, em resposta a uma convocação feita nas redes sociais.

Na capital, Paris, 8,5 mil pessoas foram às ruas. "Abram as fronteiras!" "Direito de asilo aos perseguidos!", diziam os cartazes, ou "Não em meu nome!", numa crítica aos governos mais reticentes a acolher os refugiados.

Outros exibiam o retrato de Aylan Kurdi, o menino sírio de 3 anos encontrado afogado em uma praia turca, cuja fotografia comoveu o mundo.

Muitos manifestantes, de todas as idades, chegavam com a família à Place de la République, ponto de encontro combinado nas redes sociais.

"Estou cansada do medo das pessoas. A sociedade é sempre uma soma. Quero representar aqueles que são a favor de receber os imigrantes", disse Véronique Wattiaux, 60.

Um total de 52% dos franceses, segundo uma pesquisa publicada ontem, não querem receber os migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa.

"A manifestação, convocada sob o lema 'Não em meu nome', surgiu de uma discussão no Facebook de pessoas que se perguntavam como se expressar espontaneamente para dizer não às políticas migratórias repressivas que provocam milhares de mortes", explicou à AFP um dos organizadores da iniciativa, o escritor e cineasta Raphael Glucksmann, filho do filósofo André Glucksmann.

A convocação recebeu o apoio de várias associações, como SOS Racisme e Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo (Licra).

Representantes de partidos de esquerda também anunciaram sua intenção de participar da passeata.

Várias manifestações foram convocadas em outras cidades francesas. Em Toulouse, 600 pessoas participaram. Em Bordeaux, meio milhão foram às ruas. Lyon, Nantes e Estrasburgo também se mobilizaram.


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