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Estado de Minas

Drama humanitário sem solução imediata para refugiados sírios


postado em 07/09/2015 06:00 / atualizado em 07/09/2015 08:44

Depois de uma longa jornada marcada por medo, humilhação, perigos de toda sorte e muitas portas fechadas, 10 mil refugiados chegaram ontem à Alemanha, vindos da Hungria, e foram acolhidos com entusiasmo pela população local. Eles se somam a outros 7 mil que desembarcaram no sábado, principalmente na região sul do país. Batalhões de voluntários se mobilizaram nas estações de trem de Frankfurt e Munique para acolher os imigrantes com cartazes de boas-vindas e oferecer a eles comida, roupa e agasalhos. “As pessoas estão nos tratando muito bem, como seres humanos, não como ocorre na Síria”, disse, emocionado, Mohamad, um sírio de 32 anos que teve que deixar a cidade de Quseir, devastada pela guerra.
Em uma Europa dividida sobre a resposta a ser dada para a pior crise migratória desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha flexibilizou suas normas de acolhida aos refugiados. A maior economia da Europa, com uma população cada vez mais velha e carente de mão de obra, se tornou também destino para iraquianos, afegãos e eritreus.


As iniciativas solidárias se sucedem na Europa. No Vaticano, o papa Francisco anunciou que duas paróquias receberão famílias de refugiados e pediu que outros templos façam o mesmo. “Que cada paróquia, comunidade religiosa, monastério, santuário da Europa acolha uma família”, pediu o pontífice durante a missa do Ângelus na Praça de São Pedro de Roma. “Não se trata apenas de dizer ‘ânimo, paciência. A esperança cristã é combativa”, lembrou. Seguindo o exemplo do Bayern de Munique e do Real Madrid, o Roma anunciou que arrecadará fundos para o Alto Comissariado para Refugiados da ONU, Save the Children, International Rescue Committee e para a Cruz Vermelha.


Proposta

A grande preocupação dos líderes europeus, contudo, é com a celeridade de uma solução que vá além do abrigo imediato dos refugiados. O chanceler austríaco, Werner Faymann, alertou que, apesar de facilitar a entrada e o trânsito dos imigrantes até a Alemanh, a medida tem caráter temporário, e pediu uma solução europeia em conjunto. A Áustria defende a aplicação das cotas de recepção de imigrantes, e que os países da União Europeia (UE) adotem padrões comuns para a concessão do estatuto de refugiado a pessoas que fogem de conflitos em países como Iraque, Síria e Afeganistão. A Comissão Europeia deve propor dividir 120 mil refugiados entre os estados-membro. Em Estocolmo, capital da Suécia, o primeiro-ministro, Stefan Löfven, pediu um sistema de cotas permanente e obrigatório.


Na Grã-Bretanha, uma pesquisa de opinião indicou, ontem, que 29% dos britânicos não querem que o país receba nenhum refugiado. Para 15% da população, o país poderia acolher 10 mil pessoas. A enquete sinaliza para a saída da Inglaterra da UE: 43% dos entrevistados disseram sim, 40% preferem continuar no bloco e 17% estão indecisos. Dos que são a favor da permanência, 22% afirmaram que podem mudar de opinião, caso a atual crise migratória se agrave.


Enquanto isso, no Mediterrâneo, centenas de milhares de imigrantes continuam chegando às ilhas gregas do mar Egeu pela costa da Turquia. Na noite de sábado, mais de 100 refugiados sírios foram resgatados no Chipre. O pesqueiro onde viajavam 114 pessoas teve um problema, mas nenhum passageiro ficou ferido. Ontem, a Marinha egípcia parou três barcos de pesca no Mediterrâneo com 228 imigrantes a bordo e prendeu 17 membros da tripulação. Os ocupantes eram de diferentes nacionalidades. Por terra, milhares de migrantes tentam atravessar a fronteira entre a Grécia e a Macedônia.


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