O dentista norte-americano Walter Palmer, que matou o leão Cecil, uma celebridade do parque nacional de Hwange, no Zimbábue, anunciou em entrevista publicada no domingo que voltará ao trabalho na terça-feira.
Colocando um fim a semanas de silêncio após a comoção internacional que acompanhou a morte do leão Cecil em julho, o rico caçador de 55 anos também sustentou, em entrevista ao jornal Minneapolis Star Tribune, que a caça na qual matou Cecil não havia nada de ilegal e que ele não sabia que estava matando um leão especial.
Palmer revelou que o episódio teve um grande impacto em sua esposa e filha, que receberam ameaças nas redes sociais. Ele também se disse preocupado com a reação sobre seus funcionários. "Preciso encontrar minha equipe e meus pacientes. Eles querem que eu volte. É por isso que estou retomando minhas atividades", afirmou.
O dentista recusou-se a dizer se aceitaria retornar ou não ao Zimbábue caso a justiça pedisse. Um advogado presente durante a entrevista acrescentou que não há "nenhuma alegação oficial dizendo que ele tenha feito alguma coisa errada".
No início de agosto, o Zimbábue pediu a extradição do dentista por meio da ministra do Meio Ambiente, Oppah Muchinguri, "para que ele possa ser julgado pelos crimes que cometeu".
O dentista também refutou o que chamou de 'informações falsas' circulando na mídia, garantindo não ter pago 50.000 dólares para realizar a caçada, embora não tenha indicado quanto desembolsou para fazer a atividade.
Macho dominante do parque, Cecil, famoso por sua juba preta, era objeto de estudo pela universidade britânica de Oxford - que inclusive havia equipado o animal com uma coleira especial, como parte de uma pesquisa sobre a longevidade dos leões.
O organizador do safári, Theo Bronkhorst, foi acusado por "não ter impedido uma caça ilegal" e está em liberdade condicional enquanto aguarda julgamento, adiado para 28 de setembro.