Uma hora antes, o órgão havia alertado para "fortes chuvas", enquanto fotos circulavam nas redes sociais mostrando um raio que poderia ter atingido o guindaste, provocando a sua queda. As autoridades ainda não divulgaram nenhuma declaração oficial sobre as causas do incidente. O governador da região, príncipe Khaled al-Faiçal, ordenou a abertura de uma investigação.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram vários corpos e pessoas ensanguentadas no interior da enorme mesquita onde uma parte do guindaste parece ter caído. Um vídeo postado no site YouTube mostra pessoas gritando e correndo pouco depois de um grande estrondo. Uma enorme nuvem de fumaça também é visível.
A Grande Mesquita, apelidada em árabe de Masjid al-Haram (a mesquita sagrada), costuma estar lotada nas sextas-feiras, dia do descanso e das orações dos muçulmanos. Ela abriga em seu pátio a Kaaba, a enorme estrutura em forma de cubo negro, na direção da qual os muçulmanos de todo o mundo devem se curvar para orar cinco vezes por dia.
O acidente ocorre num momento em que as autoridades se preparam para receber, entre os dias 21 e 22 de setembro, centenas de milhares de peregrinos de todo o mundo para o hajj, um dos cinco pilares do Islã que todo fiel deve cumprir pelo menos uma vez em sua vida se tiver os meios. A agência oficial saudita SPA indicou nesta sexta-feira que 800.000 peregrinos já chegaram na Arábia Saudita para realizar o hajj. Entre eles estão muitos iranianos. Citado pela agência de notícias iraniana, o diretor da organização do hajj indicou que 15 peregrinos iranianos estavam entre os feridos.
Três deles sofreram fraturas, segundo Saeid Ohadi. As autoridades conduzem importantes obras para expandir a área da mesquita em 400.000 metros quadrados, o que poderia acomodar até 2,2 milhões de pessoas. Desta forma, a mesquita, cuja parte mais antiga data do século XVI, está há anos cercada por inúmeros guindastes utilizados nessas obras. O hajj não registrou quaisquer incidentes graves nos últimos anos.
A Arábia Saudita tem investido bilhões de dólares em transporte e outras infraestruturas para facilitar o movimento da multidão que participa do evento. Em janeiro de 2006, 364 peregrinos morreram pisoteados em meio ao pânico, e 251 dois anos antes nas mesmas circunstâncias. Em julho de 1990, 1.426 peregrinos morreram, em sua maioria sufocados em um tumulto em um túnel.