O papa Francisco será recebido no sábado em Cuba com respeito, afeto e hospitalidade e os peregrinos estrangeiros que viajarem à ilha também serão acolhidos com amabilidade, declarou nesta terça-feira o jornal oficial Granma.
"Sua Santidade poderá apreciar o respeito, afeto e hospitalidade que todos ofereceremos a ele durante sua estadia em nossa Pátria", disse o Granma, órgão do Partido Comunista de Cuba (PCC, único), em um editorial.
Acrescentou que "os peregrinos de outras partes do mundo que quiserem nos acompanhar nesta significativa ocasião serão acolhidos com a amabilidade que caracteriza os cubanos".
Francisco chegará no sábado a Cuba por quatro dias, em uma viagem que também o levará aos Estados Unidos, marcando - assim - seu interesse nos dois países, alvos de uma mediação feita pelo pontífice que culminou no histórico restabelecimento de relações, no dia 20 de julho.
"Ouviremos as palavras de Sua Santidade com respeito e atenção, mostrando que somos um povo educado e nobre, que como digno anfitrião apresentará sua história, cultura e tradições", disse o Granma.
"Francisco constatará nosso patriotismo e o árduo e frutífero esforço da Nação para enaltecer o ser humano, pela justiça e cultura; por este mundo melhor que não apenas é possível, mas indispensável", acrescentou.
O editorial foi antecedido por um encontro do vice-presidente primeiro, Miguel Díaz-Canel, com uma centena de representantes de instituições religiosas e associações, às quais explicou as características da visita papal, disse o Granma.
Trata-se da continuidade de um diálogo entre o Estado e as instituições religiosas não católicas iniciado há 30 anos pelo então presidente Fidel Castro.
"Queremos ratificar a vontade de continuar alimentando e mantendo este diálogo, sobre uma base de unidade e respeito e sem distinção alguma", disse o vice-presidente.
O pontífice poderá, inclusive, se reunir com Fidel Castro durante sua visita a Cuba, indicou nesta terça-feira o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
"Uma reunião com Fidel é possível, apesar de não estar prevista em um momento específico do programa", afirmou o porta-voz à imprensa.
"O desejo de celebrar o encontro foi manifestado por seu irmão, o presidente Raúl Castro, durante a reunião com o Papa", acrescentou Lombardi.
Lombardi descartou de novo que o papa tenha uma reunião prevista durante sua permanência em Cuba com os representantes da guerrilha colombiana das Farc, que negociam um acordo de pais com Bogotá na ilha.
"Sua santidade é a favor das negociações, mas não pensa em reunir-se com uma das partes. Nada está previsto. Claro que o papa pode decidir mudar seu programa quando quiser", destacou, no entanto.
Desde segunda-feira, os meios de comunicação cubanos, sob o controle estatal, divulgam notícias e detalhes da estadia papal, que incluirá missas nas cidades orientais de Holguín e Santiago de Cuba.
A televisão local apresentou na noite de segunda-feira o arcebispo de Santiago de Cuba, Dionisio García, presidente da Conferência Episcopal, em uma incomum entrevista explicando a visita à população.
As relações entre a Igreja e o Estado em Cuba foram ondulantes, com períodos de fortes divergências, até a visita de João Paulo II em 1998, quando começaram a ser fluidas. Bento XVI visitou a ilha em 2012.
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