A cápsula Orion, criada para ser a primeira nave espacial norte-americana desde a Apollo a transportar astronautas para além da órbita terrestre, pode não fazer seu primeiro voo tripulado antes de 2023 - informou a Nasa nesta quarta-feira.
Até agora, a agência espacial norte-americana avançava 2021 como data provável para este primeiro voo com quatro astronautas à bordo.
"As equipes vão continuar trabalhando para estarem prontas para o primeiro voo tripulado numa data mais à frente", explicou o responsável pelo programa de exploração tripulada da Nasa, William Gerstenmaier, em comunicado. No mais tardar, a agência espacial "estará pronta em abril de 2023", disse.
"Nós manteremos a preparação da nave espacial, do lançador e dos sistemas em solo no melhor ritmo possível", garantiu Gerstenmaier.
Muitos parâmetros e incertezas estão em jogo para permitir determinar se a nave espacial pode estar pronta em 2021, afirmou Robert Lightfoot, administrador associado da Nasa, durante coletiva de imprensa.
"Estamos muito longe ainda de termos qualquer certeza, muita coisa pode acontecer, como a experiência nos mostra", ponderou, citando também "imprevistos" na montagem dos programas utilizados.
A Nasa se comprometeu a manter o custo de desenvolvimento da Orion em 6,77 bilhões de dólares até o primeiro voo tripulado.
Mas ao construir a Orion, a Nasa visa sobretudo uma missão habitada rumo a Marte.
O atraso provável de dois anos do primeiro voo habitado levantou críticas no Congresso norte-americano, que criticou a Nasa por não investir o suficiente no projeto.
"Mais uma vez, a administração Obama escolhe atrasar as prioridades de exploração do espaço profundo como a Orion e o Space Launch System que transportarão os astronautas norte-americanos para a Lua, Marte e além", lamentou em comunicado o representante republicano pelo estado do Texas Lamar Smith, presidente da comissão sobre Ciência, Espaço e Tecnologia do Senado.
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