O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta quinta-feira que não hesitará em "repatriar contingentes inteiros" de capacetes azuis, se cometerem abusos e não forem punidos por seus países de origem, após uma série de acusações de estupro.
A dura advertência foi feita aos representantes dos países contribuintes.
"Muito poucos casos são objeto de demandas, e as sanções não são suficientemente firmes", condenou, pedindo aos Estados que processem os culpados de forma sistemática, inclusive instaurando "cortes marciais no local".
Atualmente, 16 missões de manutenção da paz da ONU, com 105.000 soldados e policiais de 124 países, estão espalhadas pelo mundo. Cada país deve punir os capacetes azuis responsáveis por infrações.
"Conto com seu pleno apoio e espero, de sua parte, uma ação concreta e imediata", disse Ban.
"Vamos trabalhar juntos, sem buscar desculpas, para proteger a boa reputação da manutenção da paz".
Vários casos recentes de abusos sexuais, sobretudo, na República Centro-Africana (RCA), obrigaram a ONU a rever seus procedimentos.
Ao todo, são 17 casos de acusações de exploração, ou de abuso sexual, contra pessoal da ONU da missão na RCA (Minusca), e soldados franceses estão sendo investigados por acusações de abusos cometidos contra menores nesse mesmo país.
Em agosto, Ban destituiu o chefe da Minusca e começou a suspender os salários dos capacetes azuis envolvidos nesses abusos.