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Estado de Minas

Eleição na Grécia deve exigir negociações para formação de governo

Partido esquerdista Syriza e o conservador Nova Democracia devem polarizar o pleito neste domingo


postado em 19/09/2015 10:22 / atualizado em 19/09/2015 12:43

Os gregos comparecem às urnas no domingo para eleições legislativas acirradas entre o líder esquerdista Alexis Tsipras e o conservador Evangelos Meimarakis, que devem exigir negociações complexas para a formação de um governo.


As pesquisas mais recentes apontam, uma leve vantagem do Syriza, partido do ex-primeiro-ministro Tsipras, em relação ao conservador Nova Democracia. Os dois candidatos se comprometeram a cumprir com os ajustes de um novo e exigente plano de resgate internacional.


Com os dois partidos longe da maioria absoluta, Meimarakis fez um apelo durante toda a campanha para que Tsipras aceitasse um grande governo de coalizão, o que foi rejeitado pelo esquerdista.


A terceira posição será disputada entre os neonazistas do Amanhecer Dourado, o socialista Pasok, o centrista To Potami e os comunistas (KKE).


Em uma entrevista ao jornal Kathimerini, o ex-ministro das Finanças Euclides Tsakalotos destacou as dificuldades de formar uma coalizão.


"De um lado podemos ir novamente às eleições, mas do outro não vejo como o Syriza poderia trabalhar com o Pasok ou o To Potami, e menos ainda com o Nova Democracia", declarou.


"Estas forças, em particular Pasok e Nova Democracia, construíram suas alianças sociais e seu poder político com base em um sistema clientelista e na evasão fiscal", completou.


Tsipras reivindica margem de manobra


No comício que encerrou a campanha, na sexta-feira na praça Syntagma de Atenas, Tsipras pediu um "mandato para formar um governo estável e forte", capaz de suportar os quatro anos da legislatura e de acabar com instabilidade do ano de 2015, marcado por três eleições.


Em uma entrevista ao jornal To Vima, Meimarakis aconselhou aos gregos que desconfiem do Syriza. Segundo o conservador, os sete meses de governo foram "um experimento que saiu caro".


"Conhecem algum outro primeiro-ministro que tenha concluído um acordo, apresentado ao Parlamento, o aprovado e assinado e depois afirmado que não acredita nele?", questionou, em referência ao novo resgate financeiro do país, o terceiro desde 2010.


Tanto Tsipras como Meimarakis se comprometeram a cumprir com os ajustes fiscais, as privatizações e as reformas estabelecidas no acordo de resgate com os credores internacionais, UE e FMI, que deve chegar a 86 bilhões de euros ao longo de três anos.


Depois de chegar ao poder em 25 de janeiro com a promessa de acabar com as políticas de austeridade aplicadas na Grécia desde 2010, e da vitória esmagadora do "Não" às condições impostas pelos credores no referendo de 5 de julho, Tsipras terminou por aceitar o resgate no dia 13 de julho em Bruxelas.


Ele afirmou à população que não tinha outra opção, ante o risco real de uma saída do país da zona do euro e a pressão do fechamento dos bancos, como parte dos controles de capitais instaurados para evitar uma tragédia.


A mudança daquele que conquistou o poder se apresentando como uma alternativa europeia ao dogma da austeridade custou uma forte dissidência dentro de seu próprio partido, que agora luta para sair da "prisão" do euro, nas palavras de Costas Isijos, porta-voz do partido Unidade Popular.


Apesar da situação, Tsipras pediu aos simpatizantes um mandato forte para a esquerda, que em suas palavras é "a única que pode negociar melhor com os credores a grande questão da dívida pública", que com o novo resgate vai superar 200% do PIB grego.


No comício, Tsipras também afirmou que sua vitória representará um grande apoio da Grécia às aspirações dos candidatos de esquerda em outros três países submetidos a políticas de austeridade na Eurozona, Espanha, Portugal e Irlanda, onde acontecerão eleições nos próximos meses.


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