Jornal Estado de Minas

ONG quer que Justiça americana reconheça direitos de macaco como fotógrafo

A maior associação mundial de defesa dos animais, PETA, fez uma denúncia nesta terça-feira em nome de um macaco que tirou várias selfies para que a Justiça americana reconheça seus direitos como fotógrafo.

A organização argumentou em sua denúncia apresentada diante de uma corte federal de São Francisco (Califórnia, oeste) que "a lei dos Estados Unidos sobre direitos autorais não proíbe os animais de serem titulares dos direitos de uma obra".

O PETA pede que Naruto, um macaco de seis anos, receba uma compensação econômica por dois retratos que tirou em 2001 na ilha indonésia de Celebes e que fazem parte do livro publicado pelo fotógrafo britânico David Slater.

A associação também processou a empresa Blurb, editora da obra.

"Se a denúncia for aceita, será a primeira vez que um animal é declarado proprietário de direitos de autor", explicou o PETA em um comunicado.

"Também será a primeira vez que é concedido um direito a um animal além de comida, abrigo, água e cuidados veterinários", declarou esta organização.

Slater reivindica por sua parte ser o dono das imagens porque instalou o tripé e a câmera com as quais Naruto se fotografou.

Em uma entrevista concedida no ano passado ao diário The Washington Post, o fotógrafo reconheceu que a circulação das imagens pela internet está lhe custando muito dinheiro.

"Isto está arruinando meus negócios", afirmou. "Se ele (Naruto) fosse um fotógrafo normal e frequente eu asseguraria que tirei a foto, agora mesmo seria muito mais rico do que sou".

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