Doze vencedores do prêmio Nobel da Paz, entre eles Desmond Tutu e o Dalai Lama, pressionaram Obama para que peça a libertação do dissidente chinês Liu Xiaobo por ocasião da visita do presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos, segundo uma carta publicada nesta quarta-feira.
Na carta, datada de 2 de setembro, da qual a AFP obteve uma cópia, os autores pedem ao presidente americano que "faça um apelo público ao governo chinês para que coloque em liberdade" Liu Xiaobo, também premiado com o prêmio Nobel da Paz, e sua mulher, Liu Xia.
O escritor e intelectual dissidente Liu Xiaobo cumpre desde 2009 uma pena de 11 anos de prisão. Ele foi condenado e preso por "subversão".
Pouco depois, sua esposa, Liu Xia, foi posta em prisão domiciliar vigiada, recorda o documento, que exige que ela seja autorizada a "viajar ao exterior para ser atendida, tal como ela solicitou".
"Todos as tentativas para encontrar uma solução para sua detenção através de negociações diplomáticas nos bastidores fracassaram", lamentam os doze autores do pedido, entre os quais também estão o ex-presidente polonês Lech Walesa e David Trimble, ex-chefe do partido unionista da Irlanda do Norte.
"Acreditamos que se governantes como o senhor não reagirem rapidamente, tanto publicamente como nos bastidores, a China seguirá acreditando que pode se comportar com impunidade", escrevem ao presidente Obama, que também foi agraciado com o Nobel da Paz em 2009.
O presidente chinês, Xi Jinping, chegou na terça-feira aos Estados Unidos, onde começou sua viagem por uma visita de caráter econômico a Seattle (nordeste), e está previsto que na sexta-feira seja recebido por Obama na Casa Branca.
A administração americana prometeu que o espinhoso tema dos direitos humanos e das liberdades políticas e religiosas estão em posições destacadas entre os temas da reunião.
Sob a direção de Xi Jinping, o Partido Comunista chinês reforçou seus controles sobre as vozes dissidentes, com a prisão de dezenas de ativistas. Além disso, mais de 130 advogados foram detidos nestes últimos meses para serem interrogados, alguns dos quais ainda permanecem detidos.
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