Atacado por todos os lados, inclusive por patrocinadores, o presidente demissionário da Fifa, Joseph Blatter, recebeu o apoio de sua filha, que acusou a mídia de "arruinar a reputação" do pai por "ódio e inveja".
"A mídia arruinou sua reputação. Por que todos atiram contra ele? O que ele fez de repente? Não sei. Isso não é apenas inveja, é ódio também", disparou Corinne Blatter em entrevista ao tabloide suíço Blick.
"Estou chocada com as acusações contra ele. Meu pai não é um criminoso", defendeu a suíça, que foi conselheira de Sepp em sua primeira eleição à frente da Fifa, em 1998.
Corinne ainda deixou claro que "não há a menor possibilidade" de que seu pai continue no cargo depois do dia 26 de fevereiro, data em que seu sucessor deve ser eleito, e na qual Blatter deve entregar o cargo, como prometeu.
Nas últimas semanas, porém, houve rumores de que o cartola poderia se candidatar novamente.
O suíço, 79 anos, foi reeleito para um quinto mandato em maio, mas colocou o cargo à disposição quatro dias depois, em meio ao megaescândalo da Fifa.
No dia 25 de setembro, a Justiça suíça abriu uma investigação criminal contra Blatter, por "abuso de confiança" e "pagamento indevido" de 2 milhões de francos suíços (1,8 milhão de euros) a Michel Platini, presidente da Uefa e favorito à sua sucessão.
A Procuradoria-Geral também suspeita de que o suíço tenha assinado "um contrato desfavorável para a Fifa" com a União Caribenha de Futebol (CFU), presidida por Jack Warner, na venda dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2010 e 2014.
Corinne revelou que autoridades comandaram uma busca de oito horas para passar o pente-fino no escritório de Blatter naquele dia.
"Fiquei com medo de ele sair algemado. Ele dizia apenas: 'acho que isso é um pesadelo", explicou.
"O procedimento da Justiça suíça é questionável. Não houve aviso prévio, e o fato de comunicar tudo à imprensa já era uma condenação do meu pai", lamentou.
Na última sexta-feira, os principais patrocinadores da Fifa pediram a renúncia imediata de Blatter, que descartou deixar o cargo.
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