O Papa Francisco evocou nesta quarta-feira os ensinamentos de João Paulo II sobre a indissolubilidade do casamento católico, a quatro dias do encerramento do Sínodo sobre a família onde a questão continua quente.
Diante de 30.000 fiéis e curiosos do mundo inteiro reunidos na Praça São Pedro de Roma para a audiência semanal, Jorge Bergoglio lembrou que a Igreja comemora na quinta-feira o Santo João Paulo II, "o Papa da família", que ele canonizou em 2014.
"Pela intercessão de São João Paulo II, nós oramos para que o sínodo dos bispos, que logo irá terminar, renove em toda a Igreja o sentido de valor inegável do casamento indissolúvel e da família sã, fundada sobre o amor recíproco do homem e da mulher e sobre a graça divina", declarou o pontífice argentino.
No Sínodo, o possível retorno à comunhão de alguns divorciados novamente casados, depois de uma jornada pessoal de penitência, causou debates acalorados, com prelados vendo uma traição ao dogma da irreversibilidade do sacramento do matrimônio.
A Igreja não reconhece o divórcio, ela considera pessoas que voltaram a se casar como infiéis a seu primeiro cônjuge - e único a seus olhos. Em alguns casos, um processo perante um tribunal eclesiástico permite declarar a nulidade do casamento.
Durante as intervenções dos bispos no Sínodo, apenas uma minoria dos - 30% segundo os relatores -, defendeu um relaxamento da disciplina, a fim de permitir que alguns divorciados novamente casados, especialmente aqueles abandonados por seu primeiro cônjuge, possa comungar.
Oradores conservadores expressaram saudade do reinado de João Paulo II, sugerindo que ele preservava melhor a doutrina tradicional do que Francisco. O Papa argentino não falou diretamente sobre este assunto delicado.
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