O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira e o ex-jogador alemão Franz Beckenbauer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, estão sendo investigados pela Comissão de Ética da entidade, que não informou os motivos das investigações nesta quarta-feira.
O órgão disciplinar da Fifa garantiu também que "fará tudo a seu alcance" para dar um parecer em relação à investigação sobre Joseph Blatter e Michel Platini por pagamento indevido até o fim da suspensão de 90 dias dos dois dirigentes.
Blatter, presidente demissionário da Fifa, é investigado por supostamente ter pago a quantia de 1,8 milhão de euros a Platini, atual presidente da Uefa, para que o francês não disputasse as eleições presidenciais da entidade mundial em 2011.
Nesta quarta-feira, a Fifa divulgou uma lista com os nomes de outros dirigentes e ex-dirigentes que estão sendo investigados pelo Comitê de Ética e Ricardo Teixeira aparece entre eles.
Supostamente envolvido em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e compra de votos, o brasileiro deixou a CBF após 23 anos na presidência da entidade em 2012, ano em que também se desligou do Comitê Executivo da Fifa.
O ex-dirigente brasileiro é acusado pela revista americana World Soccer de ter recebido 30 milhões de euros para votar pelo Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, o que Teixeira nega, reconhecendo apenas ter votado pelo Emirado em troca do apoio para a candidatura conjunta de Espanha e Portugal, que acabaram perdendo o Mundial-2018 para a Rússia.
Beckenbauer na mira da justiça
O fato de Beckenbauer, assim como Ángel María Villar, presidente da Federação Espanhola (RFEF) e atual vice-presidente do Comitê Executivo, estarem sendo investigados supõe um capítulo a mais no vasto escândalo de corrupção que abala a estrutura do futebol mundial.
A Fifa explicou em comunicado que os casos de Beckenbauer e Villar foram repassados à Câmara de Decisão da entidade, o que significa que a investigação sobre os dois dirigentes já teria sido concluída.
O alemão era membro do Comitê Executivo da Fifa no momento da votação de 2010, quando foram atribuídas à Rússia e ao Catar as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente.
Em junho de 2014, Beckenbauer recebeu uma suspensão provisória de 90 dias, levantada duas semanas depois, por supostamente não ter colaborado nas investigações internas da Fifa sobre a atribuição destes Mundiais.
A Comissão de Ética da Fifa revelou também investigar outros seis nomes: o francês Jérôme Valcke, ex-secretário geral da Fifa (envolvimento em venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo do Brasil-2014), Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, ex-vice-presidente da Fifa (preso em Zurique por corrupção), o paraguaio Nicolas Leoz, ex-presidente da Conmebol (conspiração e fraude), o uruguaio Eugênio Figueiredo, ex-vice-presidente da Conmebol (preso em Zurique por corrupção), o nigeriano Amos Adamu, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa (corrupção), e Worawi Mukadi, ex-presidente da Federação Tailandesa (corrupção).