O ex-primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, é alvo de um processo nos Estados Unidos movido pela família turca de um cidadão americano que morreu em 2010 durante um ataque de um comando israelense contra uma flotilha de ajuda humanitária em Gaza.
Os advogados representantes da família de Furkan Dogan, que acusam as forças israelenses de tê-lo matado e torturado, disseram à AFP que os documentos da demanda civil foram entregues na terça-feira à noite a Ehud Barak depois que ele fez um discurso em um evento perto de Los Angeles.
Furkan Dogan, nascido em Nova York, morreu em um ataque de um comando israelense que tinha como alvo seis barcos turcos que tentavam quebrar o bloqueio israelense contra Gaza.
Dogan figura entre os nove mortos a bordo do ferry "Mavi Marmara", navio-almirante da flotilha, onde ocorreram os confrontos mais violentos. Um décimo passageiro morreu depois de ter sido ferido.
Israel declarou na época ter feito várias advertências antes de lançar o ataque.
Este incidente prejudicou seriamente as relações entre Israel e Turquia, seu antigo aliado estratégico.
"As forças israelenses acabaram com a vida de um jovem homem de 19 anos, com uma câmera, a bordo do Mavi Marmara", declarou Hakan Camuz, que representa a família de Furkan Dogan.
"Atiraram cinco vezes, o último disparo foi em sua cabeça. Merece que façamos justiça", acrescentou.
Os especialistas americanos que investigaram o caso concluíram que o ataque foi "excessivo e irracional", mas também questionaram a Turquia.
"De Nuremberg a Tóquio até os Bálcãs, Ruanda e Serra Leoa, é uma tradição pedir que os líderes das forças armadas se responsabilizem quando cometem crimes contra os civis", declarou o advogado Rodney Dixon.
Não foi possível contactar Barak até o momento.