O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) voltou a reivindicar nesta quarta-feira a derrubada do avião comercial russo no Egito no sábado, afirmando que não é sua responsabilidade comprovar a alegação, mas que pode fazer isto quando desejar.
Além da tragédia aérea que matou 224 pessoas, os jihadistas reivindicaram um atentado suicida cometido nesta quarta com carro-bomba em Al-Arich, no Sinai, no qual três policiais morreram. Segundo os terroristas, o ataque foi cometido por um suicida em represália à "prisão de mulheres beduínas pelas forças apóstatas" na região.
A aeronave caiu no deserto do Sinai, reduto do EI, depois que se partiu em pleno voo, 23 minutos depois da decolagem da localidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh. "Tragam os destroços e procurem, mostrem as caixas pretas e analisem. Digam quais são os resultados de sua investigação", afirma o suposto membro do EI. "Provem que não derrubamos e como o avião caiu. Nós vamos detalhar como caiu no momento que quisermos", concluiu o homem.
Autoridades egípcias e russas aguardam que a análise em curso das duas caixas-pretas do avião, uma registrando as conversas na cabine e a outra os parâmetros de voo, permita resolver o enigma. A análise poderia determinar se o Airbus A321 da companhia russa Metrojet foi vítima de um acidente ou de m, atentado, como afirma o EI.
Nesta quarta-feira, o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi deixou o Cairo rumo a Londres, onde realizará uma visita oficial de três dias, segundo a agência de notícias Mena. Antes da viagem, Sisi falou por telefone com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, com quem chegou a um acordo sobre a necessidade de "garantir uma maior segurança" em Sharm el-Sheikh, segundo Londres. Este aeroporto recebe diariamente milhares de turistas que vêm para passar férias no Mar Vermelho.
Em declarações à imprensa britânica, o presidente egípcio Sisi afirmou que "levará tempo para esclarecer o incidente". "Olhe para o voo da Pan-Americana, que caiu na Europa (em Lockerbie, em 1988), levou anos para descobrir a verdade, as razões do acidente. Não podemos tirar conclusões precipitadas", afirmou à BBC.
Os 217 passageiros e sete tripulantes morreram no acidente, o pior desastre aéreo da Rússia. As equipes de resgate continuavam nesta quarta a procurar novos corpos de vítimas. Até o momento, 33 corpos foram identificados, segundo Igor Albin, vice-governador de São Petersburgo, cidade russa de onde procedia a maioria das vítimas.