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Na manhã deste sábado, o bairro continuava em isolamento, constatou à AFP. Só os moradores, acompanhados por um policial, podiam entrar. Em frente ao Bataclan, três furgões da polícia tapavam a visão de centenas de câmeras do mundo inteiro.
"É meu bairro há 30 anos", contou Mathilde, de 56 anos. "Aqui todo mundo se conhece". "Estamos todos muito abalados", explicou.
Um total de seis ataques provocaram nesta sexta-feira à noite pelo menos 128 mortos e 250 feridos, entre eles 99 em estado grave, em Paris e perto do Stade de France, ao norte da capital, onde era disputado um amistoso entre França e Alemanha.
"É preciso continuar vivendo"
Desde que soube da notícia em um bar onde acompanhava o jogo, Mamadu passou a noite na rua ouvindo a rádio.
Certamente o "Estado Islâmico" quis "se vingar da morte do Jihadista John", o carrasco britânico do EI, alvo de um bombardeio na quinta-feira, comentou. Não está tão equivocado. Neste sábado, o EI reivindicou os ataques. "Oito irmãos com cintos explosivos e fuzis de assalto" lançaram "um ataque bendito (...) contra a França Cruzada", afirmou, em um comunicado.
Equipes de psiquiatras do serviço de atendimento médico de urgência se mobilizaram. Seu objetivo: localizar as pessoas em choque, "fazer que se conectem de novo à realidade", explicou Christophe Debien, procedente de Lille (norte), como reforço. E detectar os suscetíveis de desenvolver um sintoma pós-traumático". Eles são tratados em um centro médico improvisado no bairro. Em uma rua a 800 metros dali, onde ocorreu outro dos ataques, Maximilien, de 26 anos, faz sua caminhada.
Um jovem quer saber o que está acontecendo. "Ainda tem (atacantes) por aí?", pergunta. "Não sei", responde o policial, "é possível, mas não devemos deixar que o pânico tome conta, é o que querem". Uma pessoa com uma vela não mão pergunta se pode colocá-la diante do restaurante atacado "É cedo demais, é cedo demais", responde uma policial, e a pessoa vai embora, chorando.
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