A França precisa estar preparada para novos atentados, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro Manuel Valls, ao avisar que país ainda pode ser alvo de ataques "nos próximos dias ou nas próximas semanas".
"Vamos viver por muito tempo com esta ameaça, e precisamos estar preparados", alertou Valls em entrevista à rádio RTL, antes de explicar que os atentados de Paris, que deixaram 129 mortos na segunda-feira, foram "organizados, pensados e planificados desde a Síria". O premiê ainda disse que outros ataques terrositas estão sendo preparados, "não apenas contra a França, mas contra outros países europeus".
Bombardeio
Caças franceses lançaram 20 bombas neste domingo sobre o reduto do grupo radical Estado Islâmico em Raqa, leste da Síria, destruindo um posto de comando e um campo de treinamento, anunciou o ministério da Defesa.
"O primeiro alvo destruído era utilizado pelo Daech (acrônimo em árabe do EI) como posto de comando, centro de recrutamento jihadista e depósito de armas e munição. O segundo alvo abrigava um campo de treinamento terrorista", acrescentou o ministério em um comunicado.
Doze aeronaves, entre elas dez caças, engajaram-se simultaneamente a partir dos Emirados Árabes Unidos e da Jordânia e lançaram 20 bombas. "Planejada para os locais preliminarmente identificados durante missões de reconhecimento realizadas pela França, esta operação foi conduzida em coordenação com as forças americanas", destacou o ministério.
O EI reivindicou a autoria da série de atentados de sexta-feira à noite em Paris, que deixaram ao menos 129 mortos e 350 feridos. "É um ato de guerra cometido por um exército terrorista, o Daech, um exército jihadista", declarou o presidente francês, François Hollande, advertindo que seu país seria implacável" em todos os terrenos, tanto "interior quanto exterior".
O bombardeio deste domingo foi muito mais intenso do que as quatro operações lançadas anteriormente pela França, que mobilizaram menos caças e tinham tinham alvos mais ao sul da Síria, em Deir Ezzor.