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Estado de Minas

G20 permitiu avanços diplomáticos sobre a Síria para eliminar o EI


postado em 16/11/2015 16:55

A linha diplomática sobre a Síria, reduto do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mudou durante o G20 de Antalya, onde os líderes mundiais, abalados pelos atentados de Paris, uniram-se para destruir o EI, a "face do mal", nas palavras de Barack Obama.

"Estamos unidos contra essa ameaça", declarou o presidente dos Estados Unidos à imprensa. O EI "é a face do mal. O nosso objetivo (...) é reduzir e destruir esta organização bárbara".

Ao longo do encontro de dois dias nesta localidade no sul da Turquia, transformada em campo fortificado, os chefes de Estado e de Governo não pouparam os insultos ao EI, "adoradores da morte" para David Cameron, que prosperam no solo sírio.

Os ataques de sexta-feira na França provocaram uma avalanche de declarações de apoio. "O mundo inteiro sente que isso pode acontecer em qualquer lugar", considerou o chanceler francês, Laurent Fabius, que representou o presidente François Hollande.

Concretamente, o G20 não adotou qualquer decisão revolucionária. Apelou, em particular, seus membros a reforçar a sua cooperação para limitar a liberdade de circulação de terroristas, para lutar contra a propaganda na internet, aumentar a supervisão do financiamento do terrorismo ou reforçar a segurança aérea.

Mas o que foi discuto nos bastidores foi, provavelmente, muito mais importante. Reunidos em um mesmo local, os líderes foram capazes de multiplicar os encontros bilaterais ou multilaterais.

Bashar al-Assad

Poucas horas depois dos avanços diplomáticos de Viena, onde os negociadores chegaram a um acordo sobre um calendário para a transição política na Síria, os chefes de Estado tentaram ir mais longe.

Dois dias depois que os atentados de Paris reivindicados pelo grupo Estado Islâmicos tornaram mais urgente avançar para uma solução do conflito sírio, Obama e Putin mantiveram uma inesperada reunião bilateral informal, a primeira desde o início, há um mês, da intervenção russa para apoiar o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Os dois líderes pediram na cúpula de Antalya uma "transição política dirigida por sírios, precedida de negociações sob mediação das Nações Unidas", assim como a negociação de um cessar-fogo.

Este encontro foi considerado construtivo pelas comitivas dos dois líderes.

"Finalmente registramos progressos modestos na frente diplomática", comentou Barack Obama em referência aos avanços registrados em Viena.

Ao mesmo tempo, os dirigentes americano, britânico, alemão, francês e italiano se reuniram nesta segunda-feira para discutir mais profundamente a crise na Síria. "Os líderes ressaltam a urgência de continuar a reforçar a ação" contra o EI, de acordo com um responsável da Casa Branca.

Obama se somou aos apelos de vários países europeus, ao defender que não se deve fechar as portas aos refugiados por medo de atentados terroristas.

"As pessoas que fogem da Síria são as mais afetadas pelo terrorismo, as mais vulneráveis", disse o americano, pedindo para "evitar assimilar o tema dos refugiados com o tema do terrorismo".

A chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país receberá este ano quase um milhão de refugiados, anunciou a realização de uma conferência humanitária sobre migrantes sírios em fevereiro, em Londres.

Mas apesar da harmonia e empatia exibidas, o comunicado do G20 sobre o terrorismo permaneceu muito geral e não citou nomeadamente o EI. Acima de tudo, a divisão entre o Ocidente e a Rússia sobre o destino de Bashar al-Assad parece não ter diminuído.

O presidente sírio recebe apoio incondicional de Moscou, e Putin viu nos ataques em Paris a confirmação da necessidade de não fazer de sua partida um pré-requisito para qualquer grande ação internacional, como exigido pelos Estados Unidos, Europa e países árabes.

"É essencial" formar uma coalizão internacional antiterrorista, declarou Putin a jornalistas. "Eu falei sobre isso durante a Assembleia das Nações Unidas em seu 70º aniversário. Eu falei exatamente isso e os trágicos acontecimentos que se seguiram confirmaram que estávamos no caminho certo", acrescentou.

"A França foi um dos países que adotaram uma postura muito dura em relação ao destino do presidente Assad. Ouvimos o tempo todo dos nossos amigos franceses que a resolução da questão da saída do presidente Assad deveria ser uma condição prévia para mudanças políticas", disse Putin.

"Mas será que isso protegeu Paris de um ataque terrorista? Não", tachou o presidente russo, que pediu implicitamente para Paris reconsiderar a sua intransigência.

Sinal da vontade francesa de modificar a situação, Francois Hollande anunciou que irá se encontrar "nos próximos dias com o presidente Obama e o presidente Putin para unir forças e alcançar um resultado".


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